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Saúde • 07:00h • 17 de setembro de 2025

Óbitos por câncer colorretal podem subir 36% até 2040, alerta especialista

Especialista alerta para os riscos associados à má alimentação, sedentarismo e diagnóstico tardio

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Arquivo Âncora1

A doença se desenvolve no intestino grosso, se estendendo para a parte do cólon e reto, abrangendo a parte final do canal intestinal
A doença se desenvolve no intestino grosso, se estendendo para a parte do cólon e reto, abrangendo a parte final do canal intestinal

Diagnósticos tardios e dificuldade no acesso à realização de exames surgem como algumas das mais importantes causas de prevalência do câncer colorretal. Essas são, inclusive, as causas apontadas pela Fundação do Câncer de elevação da taxa de mortalidade pelo tumor em 36% até o ano de 2040, em recente estudo divulgado, evidenciando um quadro preocupante para a saúde pública brasileira. O câncer colorretal é o terceiro que mais acomete pessoas no Brasil, principalmente homens e mulheres de 30 a 69 anos, segundo o Instituto do Câncer do Ministério da Saúde.

Este, aliás, é um sinal de alerta importante destacado no estudo: a incidência de aumento de casos em jovens e adultos, tendência que contraria o comportamento esperado da doença. Para o professor José Joaquim Ribeiro da Rocha, do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, os hábitos de vida ocidentais, especialmente em relação à alimentação, contribuem significativamente para esse cenário. “A alimentação, hoje, é pobre em fibras e bastante abundante em carnes processadas e ultraprocessadas como salsicha, bacon, pizza, mortadela, presunto, linguiça e steak. Esses alimentos utilizam grande quantidade de conservantes na sua produção, algo considerado prejudicial para à saúde”, explica.

Além disso, ele pontua que os maiores desafios, são a falta de investimento tecnológico no rastreamento da doença, demora nos atendimentos e detecção tardia do câncer. “Hoje, no Brasil, existem exames como colonoscopia, pesquisa de sangue oculto nas fezes e polipectomia, mas eles ainda não são suficientes pois há muita demanda de pessoas na fila de espera, o que ocasiona atrasos no diagnóstico e no tratamento. Isso se torna pior em regiões com maiores desigualdades sociais, como Norte e Nordeste.

Desafios no rastreamento e tratamento

De acordo com o estudo, foi estimado que haverá um crescimento de câncer colorretal de 37,63% em mulheres e 35% em homens. O especialista argumenta que o índice de aumento nas mulheres se deve ao diagnóstico tardio. “As mulheres, muitas vezes, demoram mais para serem diagnosticadas com câncer, por vários fatores, como a demora em buscar atendimento médico, realizar exames e falta de acesso adequado ao sistema de saúde. Esse grupo acaba priorizando a família e deixando sua saúde de lado. Por outro lado, o sistema de rastreamento da doença, por mais que seja necessário, não é bem estruturado quanto à prevenção e exames de câncer de mama e de colo de útero.”

As características biológicas e hormonais das mulheres também são capazes de potencializar o desenvolvimento do câncer. “Fatores como obesidade, menopausa, mudanças hormonais e costumes cotidianos prejudiciais aumentam o processo de surgimento do câncer colorretal nessa população.”

A doença se desenvolve no intestino grosso, se estendendo para a parte do cólon e reto, abrangendo a parte final do canal intestinal. Os sinais comuns associados ao câncer são sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal como prisão de ventre ou diarreia, fraqueza, anemia, perda de peso sem causa aparente, mudança no formato das fezes como muito finas ou compridas e massa abdominal.

Sintomas mencionados anteriormente são considerados inespecíficos e podem indicar doenças benignas como hemorroidas, verminoses ou distúrbios inflamatórios intestinais, ressaltando a importância de fazer exames e acompanhamento médico com frequência. A maioria dos casos de câncer de cólon não tem uma origem específica, podendo ser multifatorial, ligado a condições genéticas ou práticas nocivas à saúde.

Combater a doença exige prevenção

O ponto de partida para conter o avanço da doença é o cultivo de práticas saudáveis. “Aumentar o consumo de frutas, legumes, grãos, fibras e ingerir bastante água ajudam no funcionamento do intestino e reduz a inflamação da mucosa intestinal. Sempre que possível, é bom reduzir a ingestão de carne vermelha e produtos ultraprocessados, ricos em gordura, açúcares, aditivos e conservantes.”

A busca por exames específicos é essencial e indispensável para o controle e a prevenção do câncer de cólon. “A prevenção secundária, que é fazer um rastreamento populacional por meio da pesquisa de sangue oculto nas fezes, pode detectar lesões pré-malignas, como os pólipos. E através dessa investigação, o especialista pode indicar um exame com maior sensibilidade diagnóstica e terapêutica, que é a colonoscopia.”

Diagnóstico precoce pode salvar vidas

O professor ainda diz que os procedimentos diagnósticos devem ser realizados com 45 anos de idade para a população geral, mas se o paciente possuir características de doenças hereditárias é preciso ter um maior acompanhamento. “Salientamos que pessoas com doenças geneticamente transmissíveis com caráter de pré-malignidade, como polipose múltipla familiar, síndrome de Lynch, doença de Crohn e retocolite, precisam ter um monitoramento mais próximo, pois podem desenvolver o câncer em alguma fase da vida. Com a colonoscopia conseguimos identificar biópsias e fazer retirada de pólipos.” diz.

Ele destaca que, para mudar esse cenário, é necessário a ampliação de campanhas e disponibilização de recursos financeiros para realização de testes. “É preciso que gestores públicos e autoridades criem políticas e campanhas para conscientizar a população sobre a importância do câncer de cólon, como é feito com os cânceres de mama e útero, além disso, é imprescindível criar centros de referências para que os pacientes possam realizar exames de forma acessível e organizada. Em países desenvolvidos como na Europa já existem programas de rastreamento populacional.”

Por fim, o especialista faz um alerta: “A educação em saúde, no incentivo de mais programas de conscientização tanto para a população quanto para profissionais, e o investimento nos setores da saúde por ações governamentais são alternativas para amenizar o aumento de casos e óbitos de câncer colorretal no país”.

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