Mundo • 16:46h • 07 de janeiro de 2025
O Brasil laico: a importância do Dia da Liberdade de Cultos
Comemorado no dia 7 de janeiro, o Dia da Liberdade de Cultos reforça os direitos de todos os brasileiros de praticar sua fé sem perseguições, além de destacar a importância do combate à intolerância religiosa
Da Redação | Foto: Arquivo
No dia 7 de janeiro, celebra-se no Brasil o Dia da Liberdade de Cultos, uma data de suma importância para a reflexão sobre a liberdade religiosa garantida pela Constituição Federal de 1988. A data remonta a 1890, quando o Marechal Deodoro da Fonseca assinou o Decreto Nº 119-A, que proibia a intervenção do Estado em questões religiosas, marcando o início da separação entre Igreja e Estado e o reconhecimento da liberdade religiosa no Brasil.
Histórico e legislação
O Decreto nº 119-A, assinado em 7 de janeiro de 1890, foi um marco na história do Brasil ao estabelecer a liberdade de culto no país. O artigo 1º do decreto proibia qualquer ação da autoridade federal ou dos Estados que criassem leis ou atos administrativos que favorecessem ou proibissem alguma religião. O artigo 2º reforçava o direito das confissões religiosas de exercerem seus cultos, regendo-se por sua fé, sem interferências do poder público.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso VI, assegura que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos”, consagrando a liberdade religiosa como um dos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.
O estado laico e o combate à intolerância religiosa
O Brasil é um país laico, ou seja, o Estado deve ser neutro em relação às religiões e garantir o direito de todas as pessoas praticarem suas crenças sem interferência do governo. Essa neutralidade não significa que a religião deva ser excluída da vida pública, mas que o Estado deve assegurar a igualdade religiosa e combater a intolerância religiosa.
Embora o Brasil seja considerado um país com ampla diversidade religiosa, ainda existem casos de discriminação e violência religiosa, principalmente contra minorias religiosas. Por isso, o Dia da Liberdade de Cultos serve como um lembrete da importância de garantir o respeito e a convivência pacífica entre diferentes crenças.
Direitos religiosos garantidos pela constituição
A Constituição de 1988, ao declarar o Brasil como um país laico, afirma que não pode haver uma religião oficial, e assegura que todas as religiões devem ser tratadas de forma igualitária e sem privilégios. A liberdade religiosa é considerada uma liberdade primária, essencial para a construção de uma sociedade justa e democrática. Esse direito não se limita ao indivíduo, mas também se estende às instituições religiosas, garantindo-lhes o direito de se organizar e atuar de acordo com suas crenças e princípios, desde que respeitado o ordenamento jurídico do país.
Intolerância religiosa: um desafio a ser superado
Infelizmente, a intolerância religiosa ainda é uma realidade presente em diversas partes do Brasil, com atos de discriminação, violência e perseguição contra pessoas e grupos religiosos, especialmente contra religiões de matriz africana, evangélicos, muçulmanos e judeus. O Estado tem a obrigação de atuar de forma contundente para combater essas práticas e assegurar que as pessoas possam viver de acordo com suas crenças, sem medo de perseguições.
O Dia da Liberdade de Cultos é um momento de conscientização e educação para a importância de respeitar a fé do próximo e combater qualquer tipo de preconceito religioso, incentivando o diálogo inter-religioso e a tolerância.
A liberdade religiosa e o pluralismo
É importante destacar que o pluralismo religioso é um valor que enriquece a sociedade, pois as diversas religiões contribuem para o fortalecimento da família, a moralidade, a ética, o bem-estar social e, muitas vezes, para ações de caridade e solidariedade. A participação das instituições religiosas nas questões sociais, como a educação, a saúde e a assistência social, é essencial para o progresso coletivo.
O Dia da Liberdade de Cultos é mais do que uma simples data comemorativa; é um símbolo de um direito fundamental que deve ser defendido e celebrado. A liberdade religiosa não só garante o direito de cada indivíduo professar sua fé sem sofrer perseguições, como também é um fator de coexistência pacífica entre as diversas crenças. O Brasil, com sua vasta diversidade religiosa, precisa continuar combatendo a intolerância religiosa e garantir que todos possam exercer sua fé de maneira plena, sem discriminação.
Neste 7 de janeiro, é essencial reforçar a importância dessa liberdade e refletir sobre como ela contribui para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária.
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