Saúde • 08:44h • 08 de julho de 2025
Novo remédio reduz risco de morte por hipertensão pulmonar e pode evitar transplantes
Medicamento traz melhora a pacientes com hipertensão arterial pulmonar
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1

Um estudo clínico internacional publicado no The New England Journal of Medicine apresentou resultados promissores de um novo medicamento para tratar a hipertensão arterial pulmonar (HAP) — doença rara e grave que afeta os vasos sanguíneos dos pulmões, provocando fadiga intensa, falta de ar e risco de morte precoce, principalmente em mulheres entre 40 e 50 anos.
A nova droga, chamada Sotatercept, foi testada em pacientes em estágio avançado da doença e demonstrou reduzir em 76% o risco de hospitalização, transplante ou morte. O medicamento age diretamente nos vasos pulmonares, diminuindo sua espessura, facilitando a circulação e reduzindo a sobrecarga no coração.
Segundo o professor Rogério de Souza, da Faculdade de Medicina da USP, coautor do artigo junto com outros 15 cientistas da Europa e dos EUA, este é um avanço significativo. “Nos últimos 20 anos surgiram vários tratamentos, mas nenhum tinha sido testado em pacientes com risco tão alto de morte”, afirmou.
Tratamento já aprovado fora do Brasil
O Sotatercept já foi aprovado pelas agências reguladoras dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EMA), e milhares de pessoas já utilizam o medicamento. No Brasil, ele obteve registro na Anvisa no final de 2024, mas ainda não está disponível pelo SUS.
A medicação é administrada por injeção subcutânea, com possibilidade de autoaplicação a cada três semanas, mas é considerada de alto custo. Para os casos mais graves, ela pode representar uma alternativa ao transplante de pulmão.
Próximo passo: incorporação ao SUS
De acordo com o professor Rogério, o desafio agora é levar a discussão às autoridades públicas. “O próximo passo é mostrar a importância dessa tecnologia para evitar internações, transplantes e mortes, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, disse.
Ele destaca que, com o uso do remédio, muitos pacientes podem sair da fila do transplante e retomar a vida ativa. “É um ganho em quantidade e qualidade de vida — além de uma forma mais eficiente de usar os recursos públicos”, completa.
Posição do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou que a Conitec, responsável por avaliar tecnologias para o SUS, ainda não recebeu pedido de análise do Sotatercept. Atualmente, o SUS oferece outros tratamentos gratuitos para a HAP, como ambrisentana, bosentana, iloprosta, selexipague e sildenafila, conforme protocolo clínico vigente.
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