Ciência e Tecnologia • 08:02h • 23 de setembro de 2024
Novo grupo sanguíneo revela mistério que intrigava cientistas há 50 anos
Pesquisadores encontram grupo sanguíneo raro e abrem caminho para novos tratamentos
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Divulgação
Pesquisadores do Reino Unido divulgaram uma descoberta importante na área da hematologia: um novo grupo sanguíneo, denominado MAL. O estudo, publicado na revista Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, foi conduzido por especialistas do NHS Blood and Transplant, do International Blood Groups Reference Laboratory e da Universidade de Bristol. Essa nova informação finalmente desvenda um mistério que perdurava há 50 anos sobre a ausência de um antígeno raro conhecido como AnWj.
A descoberta do grupo sanguíneo MAL é crucial para identificar e tratar pessoas que não possuem o antígeno AnWj, mapeado há décadas e nomeado em homenagem a Anton e Wj, as primeiras pessoas identificadas como AnWj-negativas. Embora os sistemas sanguíneos mais conhecidos sejam ABO e Rh, existem 47 sistemas de grupos sanguíneos e mais de 360 antígenos reconhecidos, e agora o MAL se junta a essa lista como o mais recente sistema descoberto.
A pesquisa detalha que o grupo sanguíneo MAL é identificado pela presença da proteína Mal na superfície das hemácias. Em pessoas AnWj-negativas, essa proteína aparece de forma incompleta, o que pode ser um traço hereditário ou um sinal de distúrbios hematológicos ou câncer. O estudo analisou cinco indivíduos AnWj-negativos, incluindo uma senhora que participou da pesquisa original de 1972. A forma hereditária do grupo foi encontrada em uma família árabe-israelense, e mais investigações serão necessárias para determinar se há uma correlação com etnias específicas.
A identificação do grupo MAL tem importantes implicações médicas. Pessoas que são AnWj-negativas podem enfrentar reações severas ao receber transfusões de sangue AnWj-positivo. De acordo com a Universidade de Bristol, o estudo vai permitir o desenvolvimento de testes mais precisos de genotipagem para detectar esses indivíduos, o que poderá reduzir os riscos em transfusões e melhorar a segurança nos tratamentos.
Acesse aqui o artigo publicado pela revista acadêmica Blood.
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