Saúde • 10:51h • 13 de dezembro de 2025
Nova terapia no SUS promete virar o jogo para pacientes que convivem com dor crônica
Nova tecnologia deve estar disponível até abril de 2026 e representa avanço no cuidado a pacientes que não respondem a tratamentos convencionais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a estimulação medular para o tratamento da dor crônica refratária, técnica utilizada quando medicamentos e outras terapias deixam de oferecer controle adequado. A decisão publicada no Diário Oficial da União segue recomendação da Conitec e prevê que o procedimento esteja disponível até abril de 2026.
A terapia consiste na implantação de eletrodos próximos à medula espinhal, conectados a um pequeno gerador capaz de enviar pulsos elétricos que modulam a transmissão da dor antes que ela alcance o cérebro. Estudos acadêmicos indicam taxas de resposta superiores a 50%, além de redução significativa do uso de analgésicos potentes, incluindo opioides.
O neurocirurgião funcional da Unicamp, Dr. Marcelo Valadares, destaca que a indicação se concentra nos pacientes que já passaram por diversas abordagens sem alívio satisfatório. “A estimulação medular é recomendada quando estratégias não invasivas não oferecem mais controle. Muitos pacientes chegam a depender de analgésicos fortes por longos períodos. A técnica é aplicada de forma criteriosa, após avaliação detalhada e confirmação de falha terapêutica”, explica.
Pelo SUS, a estimulação medular será direcionada a casos de dor crônica no tronco e membros sem resposta a tratamentos convencionais. Fora desse escopo, a técnica também é utilizada em condições como síndrome pós-cirúrgica da coluna, dor regional complexa, neuropatias periféricas, dores viscerais e quadros relacionados à má circulação. Pesquisas relatam ainda benefícios em angina refratária e dor abdominal crônica.
A incorporação representa um avanço social relevante, especialmente pelo alto custo dos dispositivos. “Estamos falando de pacientes com dores incapacitantes, que limitam tarefas simples e comprometem autonomia. Disponibilizar essa terapia no SUS reduz sofrimento e favorece reinserção social e produtiva”, complementa o neurocirurgião.
A cirurgia ocorre em duas etapas: primeiro, a fase de teste, com eletrodos temporários para avaliar a resposta; depois, o implante definitivo, caso haja benefício. Segundo Valadares, a recuperação costuma ser rápida, com alta no mesmo dia ou no seguinte. Após o implante, ajustes são realizados ao longo das semanas para otimizar o resultado. Pacientes levam uma carteirinha de identificação do dispositivo, especialmente para passagens por bancos e aeroportos. Modelos atuais permitem ressonância magnética, desde que observadas as orientações médicas.
A estimulação medular oferece a possibilidade de retorno a atividades antes limitadas pela dor, como caminhar, trabalhar ou realizar exercícios leves. Com a decisão do SUS, pacientes passam a contar com uma alternativa técnica mais precisa e com potencial de melhorar a qualidade de vida desde a primeira fase do cuidado.
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