Economia • 16:12h • 02 de junho de 2024
Mudança no imposto de importação para compras pequenas em debate no Senado
Projeto que pode alterar a isenção de importações até US$ 50 está pronto para votação; entenda as implicações
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Joédson Alves
Nesta semana, o Senado Federal está programado para votar um importante projeto de lei que pode alterar significativamente a forma como as importações de até US$ 50 são tributadas.
Essa mudança visa, principalmente, os produtos de vestuário feminino comprados através de varejistas internacionais, que poderão sofrer impactos significativos se a proposta for transformada em lei.
O Projeto de Lei 914/24, inicialmente focado no Programa Mobilidade Verde e Inovação, foi recentemente modificado para incluir a tributação de compras internacionais de baixo valor.
O deputado Átila Lira (PP-PI) adicionou esta medida durante a fase de revisão na Câmara dos Deputados. Agora, ao chegar ao Senado, a proposta foi recebida com pedidos de regime de urgência pelo líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), acelerando assim sua tramitação.
Impactos da nova tributação
Atualmente, importações de até US$ 50 são isentas de Imposto de Importação (II), mas a nova medida propõe uma alíquota de 20% sobre essas compras.
O consumidor que adquirir produtos internacionais dentro deste limite de preço, que frequentemente inclui compras em plataformas populares como Shopee, AliExpress e Shein, poderia enfrentar custos significativamente maiores.
Por exemplo, uma compra de R$ 100 (já incluídos frete e seguro) custaria R$ 140,40 após a aplicação do novo Imposto de Importação e do ICMS estadual.
Essa alteração visa equilibrar as condições de mercado para os varejistas brasileiros, que têm argumentado sobre a concorrência desleal.
Perspectivas e reações
O debate sobre a proposta tem sido intenso. Se aprovada, a medida ainda precisará do endosso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recentemente, o vice-presidente Geraldo Alckmin indicou que o presidente provavelmente apoiará a medida, dada a ampla aprovação no Congresso.
Entretanto, o plano já enfrenta oposição de grandes varejistas internacionais, como a Shein, que vê a medida como um retrocesso.
A empresa destacou que a nova carga tributária elevaria significativamente os custos para os consumidores finais.
Implicações para o futuro
Enquanto o governo busca aumentar a arrecadação e proteger os empregos locais, consumidores e empresas estrangeiras alertam para o aumento dos preços.
Além disso, entidades brasileiras, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), apoiam a medida, argumentando que a isenção atual favorece uma concorrência desleal e prejudica a indústria nacional.
À medida que o Senado se prepara para essa votação crucial, o Brasil se encontra em um momento decisivo.
A decisão não só afetará os padrões de consumo, mas também pode redefinir as dinâmicas econômicas e comerciais entre o Brasil e o mercado global.
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