Variedades • 19:41h • 17 de novembro de 2025
Moda acelerada, escolhas mais conscientes, como a era digital redefine o estilo feminino
Com a expansão das redes sociais, tendências surgem e desaparecem em ritmo intenso, enquanto especialistas destacam a importância do filtro pessoal e do autoconhecimento para manter autenticidade na hora de se vestir
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Nova Ideia | Foto: Divulgação
A influência das redes sociais sobre o vestuário feminino se intensificou nos últimos anos, e hoje, referências estéticas surgem e se espalham quase instantaneamente, redefinindo a forma como mulheres de diferentes idades consomem moda, constroem sua imagem e interpretam tendências em um ambiente digital que acelera processos e amplia acessos.
A transformação do comportamento na moda digital
A aceleração do ciclo de tendências é um dos fenômenos mais marcantes da atualidade. Dados do State of Fashion 2024, da McKinsey, indicam que o ritmo de surgimento e substituição de estéticas pode ser até três vezes mais rápido do que há alguns anos, impulsionado pelo consumo imediato e pela popularização de vídeos curtos. Estilos como clean girl, old money, mob wife e soft femme ilustram esse movimento ao ganhar força em poucas semanas e perder espaço com a mesma velocidade.
Para compreender essa dinâmica, criadoras especializadas têm observado de perto o impacto das plataformas digitais no comportamento feminino. A empresária e fashionista Rita De Marchi, que atua com varejo, consultoria e análise de estilo para mulheres adultas, acompanha como esses estímulos constantes influenciam decisões de compra e a percepção de identidade visual. Para ela, a abundância de referências exige cautela. Ao citar que “a internet oferece inúmeras referências, mas nem tudo dialoga com a vida real”, Rita reforça a necessidade de avaliar o que faz sentido para cada rotina e evitar que a busca por tendências comprometa a autenticidade.

Conhecimento acessível e autonomia para consumidoras
Embora a velocidade das estéticas possa gerar pressão, as redes sociais também ampliaram o acesso à informação. Conteúdos explicativos, análises de proporções, combinações de cores e tutoriais têm democratizado conceitos antes restritos a desfiles e editoriais. Esse movimento permite que mais mulheres compreendam fundamentos do vestir e desenvolvam autonomia ao identificar o que combina com seus gostos, necessidades e objetivos.
Segundo Rita, esse processo fortalece o autoconhecimento. Quando a consumidora entende o motivo por trás de suas preferências, as escolhas se tornam mais conscientes e alinhadas à própria identidade, reduzindo a influência do que aparece apenas por viralização.
Representatividade em expansão
Outro ponto relevante no ambiente digital é o crescimento de influenciadoras maduras. Mulheres acima dos 40 anos têm conquistado espaço e levado ao público perspectivas que aproximam moda e vida cotidiana. A presença delas amplia a diversidade de referências e questiona padrões limitantes sobre envelhecimento, comportamento e estilo.
Entre influência e identidade, o equilíbrio necessário
No cenário atual, roupas comunicam humor, valores, expectativas e momentos de vida. O que muda com a mediação das redes sociais é a escala dessa comunicação, que alcança milhões de pessoas simultaneamente. Cada nova tendência viral forma um imaginário coletivo que orienta, ainda que temporariamente, o que se torna desejável.
À medida que esse ambiente continua evoluindo, o desafio para as mulheres é transformar o excesso de estímulos em conhecimento próprio, e não em cobrança. As plataformas podem ditar movimentos estéticos, mas é na leitura individual, no espelho e na consciência de estilo que o sentido verdadeiro da identidade se estabelece.
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