Ciência e Tecnologia • 17:53h • 09 de setembro de 2024
MME e EPE iniciam estudo sobre os impactos das mudanças climáticas na matriz elétrica brasileira
Projeto visa fortalecer a resiliência do sistema energético e integrar mais fontes renováveis ao planejamento estratégico
Da Redação | Com informações do MME | Foto: Divulgação
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deram início a um estudo inédito para avaliar como as mudanças climáticas poderão impactar o planejamento da matriz elétrica do Brasil no futuro. Intitulado “Impactos das Mudanças Climáticas no Planejamento da Geração de Energia Elétrica”, o projeto é uma colaboração entre o Brasil e a Alemanha, com apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). O estudo será concluído em junho de 2025.
O objetivo central da iniciativa é simular cenários climáticos futuros, utilizando modelos do IPCC e dados do INPE e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A ideia é compreender como variáveis como precipitação, temperatura, irradiação solar e vento poderão afetar a geração de energia no Brasil, especialmente em relação às fontes renováveis, como hidrelétricas, energia solar e eólica.
O ministro Alexandre Silveira destacou a importância do projeto para a transição energética no Brasil. Segundo ele, "esse estudo contribuirá diretamente para a criação de políticas públicas que assegurem um setor energético mais eficiente e resiliente, beneficiando milhões de brasileiros". O secretário de Transição Energética do MME, Thiago Barral, reforçou que o projeto está alinhado com as estratégias do governo para expansão e adaptação do sistema elétrico às novas realidades climáticas.
Metodologia inovadora e cenários climáticos
O estudo, conduzido pela consultoria PSR e pela Tempo OK, utilizará ferramentas avançadas de modelagem computacional para criar cenários de expansão da oferta de energia e simular a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) sob diferentes condições climáticas. Essas simulações vão considerar um aumento significativo na demanda elétrica e a integração de novas tecnologias e fontes renováveis.
O diretor executivo da PSR, Rafael Kelman, ressaltou que a criação de um ambiente de planejamento energético que incorpore incertezas climáticas será um dos principais legados do projeto. “O estudo trará novas metodologias e processos que terão impacto de longo prazo no planejamento do setor elétrico”, afirmou Kelman.
Impactos sociais e ambientais
Além de garantir a resiliência do sistema elétrico, o projeto abordará questões sociais, como pobreza energética e a necessidade de uma transição justa e inclusiva, especialmente em regiões vulneráveis, como o Nordeste brasileiro. A análise detalhada dos impactos climáticos permitirá um planejamento mais eficiente e adaptado às necessidades futuras do Brasil.
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