Saúde • 14:23h • 19 de setembro de 2025
Meu filho não fala: quando procurar um fonoaudiólogo?
Atrasos na fala afetam milhões de crianças no Brasil e podem comprometer alfabetização, socialização e autoestima se não houver intervenção precoce
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

“Cada criança tem seu tempo” é uma frase comum entre pais e familiares diante de um atraso na fala. No entanto, especialistas alertam que esperar demais pode trazer prejuízos sérios. Segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), até 15% das crianças em idade pré-escolar apresentam algum distúrbio ou atraso no desenvolvimento da fala. Considerando os mais de 18 milhões de crianças de 0 a 6 anos no país, de acordo com o IBGE, isso representa pelo menos 2,7 milhões em situação de risco.
A fonoaudióloga Adriana Fiore, com mais de 20 anos de experiência no atendimento infantil, explica que existem marcos de desenvolvimento que funcionam como sinal de alerta. Se até 12 meses a criança não balbucia, se até 2 anos não consegue formar palavras simples ou se até 3 anos ainda não constrói frases curtas, a recomendação é procurar um fonoaudiólogo para avaliação.
Pesquisas do Center for Disease Control (CDC) apontam que crianças acompanhadas precocemente têm até 70% mais chances de recuperar o desenvolvimento esperado. Isso acontece porque, na primeira infância, o cérebro vive a chamada “janela de oportunidade”, período em que estímulos de linguagem são absorvidos com mais facilidade. Perder esse momento pode comprometer a alfabetização, a vida escolar e a socialização.
Consequências e efeitos
Os efeitos de um atraso não tratado vão além da dificuldade de falar. Crianças podem apresentar baixo rendimento escolar, frustração ao se comunicar, isolamento em grupos e impacto direto na autoestima. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que essas crianças têm até três vezes mais risco de desenvolver problemas emocionais e de comportamento.
Além do acompanhamento profissional, a família exerce papel fundamental no estímulo diário. Conversar, cantar, contar histórias e propor brincadeiras interativas são formas simples e eficazes de enriquecer a linguagem. Especialistas reforçam que a fala surge espontaneamente, mas a linguagem é construída pelas vivências. Por isso, a crença de que a criança “não fala por preguiça” pode atrasar a busca por ajuda e custar caro no futuro.
Na presença de dúvidas, é sempre melhor investigar cedo. O acompanhamento fonoaudiológico não apenas trata dificuldades já instaladas, mas também previne que elas avancem, garantindo um desenvolvimento saudável para a criança.
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