• Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez por pesquisadores da USP
  • Anna Betine apresenta propostas para Assis em sua candidatura a vereadora
  • Ministério da Saúde vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência
  • Conta de energia elétrica fica mais cara
  • Feriados e pontos facultativos: o que esperar em Outubro
  • Karol Tedesque denuncia qualidade da água em parques de Assis
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 11:01h • 01 de julho de 2024

Metade das malformações vasculares é diagnosticada de forma errada

Erro pode atrasar tratamento e expor paciente a riscos desnecessários

Agência Brasil | Foto: Arquivo

Diagnóstico errado causa, às vezes, exposição dos pacientes a medicações e cirurgias desnecessárias
Diagnóstico errado causa, às vezes, exposição dos pacientes a medicações e cirurgias desnecessárias

A maioria dos casos de malformação vascular é diagnosticada erroneamente como hemangiomas, que são tumores vasculares da infância. O diagnóstico errado causa atrasos no tratamento adequado e, às vezes, exposição dos pacientes a medicações e cirurgias desnecessárias.

Por isso, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular-Regional São Paulo (Sbacv-SP) alerta sobre a dificuldade, o desafio e a necessidade de uma avaliação correta desses casos, que fazem parte de um grande grupo de doenças subdivido em tumores e malformações vasculares. Estima-se que as malformações vasculares acometam 1% da população e os hemangiomas, de 4% a 5% dos recém-nascidos.

“As anomalias vasculares são pouco abordadas durante as graduações na área da saúde. Portanto, a maioria dos médicos, enfermeiros e fisioterapeutas nunca se deparou com essas doenças e pode ter dificuldade em diagnosticá-las e classificá-las adequadamente. Qualquer mancha visível com coloração avermelhada ou arroxeada já é chamada de hemangioma pelo público leigo e, muitas vezes, até por profissionais da saúde. É fácil confundir quando não se tem nenhum conhecimento prévio sobre o assunto, mas um olhar mais cuidadoso pode revelar informações importantes para um diagnóstico correto”, explicou a cirurgiã vascular e vice-diretora científica da Sbacv-SP, Luísa Ciucci Biagioni.

As duas anomalias têm características, evolução e tratamento muito diferentes e, por isso, é essencial saber classificá-las. Enquanto os hemangiomas são tumores benignos mais comuns na infância e proliferam desde as primeiras semanas de vida, com crescimento rápido nos primeiros meses e diminuindo sexto ao 12º mês de vida. As malformações vasculares são estruturas malformadas, não tumorais, que se desenvolvem no período embrionário e crescem junto com o indivíduo.

“Estima-se que de 5% a 10% dos hemangiomas da infância possam ter complicações como crescimento desproporcional, feridas, sangramento e infecções. A maior parte deles cresce e involui lentamente dos 8 aos 12 meses. Podem deixar uma pequena cicatriz, com ou sem vasinhos residuais. Os hemangiomas congênitos raramente podem evoluir com complicações como inchaço, sangramento, dor local, consumo leve de plaquetas. Na maioria das vezes, não desaparecem espontaneamente e podem necessitar de cirurgias para ressecção”, explicou Luísa.

Segundo a médica, as malformações vasculares são caracterizadas por vários tipos de lesões, desde pequenas manchas capilares até lesões mais extensas que atingem todo o corpo. As malformações menores e mais localizadas, com fluxo lento, como as capilares, linfáticas e venosas, são facilmente tratadas e raramente causam complicações. Às vezes, podem estar acompanhadas de outras deformidades, como hipertrofia do membro, alterações musculares e esqueléticas e alterações neurológicas ou oculares. Quando extensas, podem ter complicações como infecção, sangramento, tromboembolismo venoso, prejuízo na locomoção e dor crônica.


No caso dos hemangiomas, as lesões são abauladas, com coloração rosa ou avermelhada (aspecto de morango), apresentando vasos finos na superfície e, às vezes, um círculo pálido ao redor. Eles acometem principalmente meninas, em uma proporção de quatro para um, sendo mais frequentes na região da face e do tronco. Os mais extensos podem deixar cicatrizes esbranquiçadas na pele e vasinhos superficiais. A maioria dos pacientes com hemangioma infantil não desenvolve comprometimentos significativos. Apenas uma pequena parte apresenta problemas como úlceras, sangramentos ou infecções. As lesões próximas ao olho ou nas pálpebras, ponta do nariz e região genital podem apresentar maior taxa de complicações, como prejuízo no desenvolvimento das estruturas locais e ulcerações.

“O diagnóstico correto é fundamental para que a família e o paciente comecem a compreender a condição e para que o médico possa traçar um planejamento adequado de tratamento, que pode variar da observação clínica até uma intervenção com cirurgia ou embolizações. Muitos pacientes são submetidos a tratamentos inadequados. Às vezes, há sequelas e complicações graves, como sangramentos e lesão de estruturas saudáveis, como nervos e músculos,” esclareceu a especialista.

Causas e tratamento

A médica explicou que a maior parte das malformações vasculares é causada por uma mutação nos genes que regulam a comunicação no interior da célula e o desenvolvimento de vasos sanguíneos e ou linfáticos. A mutação acontece por volta da quarta semana de vida do embrião e não é herdada dos pais, com apenas 5% das malformações sendo causadas por herança familiar.

Já os hemangiomas da infância não têm uma causa exata descrita na literatura médica, mas algumas teorias tentam explicar seu surgimento, como migração de células placentárias para o feto e migração de células endoteliais progenitoras após situações de estresse com baixa oxigenação.

De acordo com Luísa, os tratamentos são feitos de acordo com o tipo de lesão e os sintomas apresentados pelos pacientes, com o uso de medicações específicas para controle do crescimento dos hemangiomas da infância e uso de laser nos casos de lesão residual. Para as malformações, o tratamento podem ser com embolizações, cirurgias, medicações específicas para o controle de complicações, fisioterapia e uso de terapia compressiva para reduzir o edema e a dor, entre outros procedimentos.

Luísa Biagioni informou que, após avaliação clínica e exames complementares, as prioridades de tratamento são definidas em conjunto com a família e o paciente. "Para algumas condições, optamos apenas pelo acompanhamento clínico, enquanto para outras usamos terapias com medicamentos analgésicos, anticoagulantes ou terapias específicas. Lesões menos graves podem ser tratadas por cirurgiões especializados em problemas vasculares. Já para malformações vasculares como venosas, linfáticas ou arteriovenosas, podemos recorrer a tratamentos percutâneos ou endovasculares.”

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Saúde • 13:18h • 02 de outubro de 2024

Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez por pesquisadores da USP

Polipropileno usado em roupas, embalagens e garrafas foi o tipo mais comum encontrado; via olfativa é uma das prováveis rotas de entrada dos microplásticos no cérebro

Descrição da imagem

Política • 12:30h • 02 de outubro de 2024

Anna Betine apresenta propostas para Assis em sua candidatura a vereadora

Candidata foca em saúde, educação, cultura e inclusão social

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 12:15h • 02 de outubro de 2024

Acordo impulsiona desenvolvimento de propulsão hipersônica no Brasil

Parceria promete impulsionar o desenvolvimento de propulsão hipersônica no Brasil

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 11:58h • 02 de outubro de 2024

Expansão da produção de biometano pode gerar 20 mil empregos no Estado de SP

Desenvolvimento do setor reduziria 16% em emissões, contribuindo na mitigação das mudanças climáticas e no fortalecimento da economia

Descrição da imagem

Saúde • 11:02h • 02 de outubro de 2024

Ministério da Saúde vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência

Investimento de R$ 49 milhões vai possibilitar a expansão dos Centros Especializados em Reabilitação

Descrição da imagem

Economia • 10:37h • 02 de outubro de 2024

Conta de energia elétrica fica mais cara

Entra em vigor a bandeira vermelha, com a tarifa mais alta do sistema

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 10:08h • 02 de outubro de 2024

Projeto de lei garante meia-entrada a pessoas com TEA em eventos culturais e esportivos

Deputado Enio Tatto protocolou a proposta na Assembleia Legislativa de São Paulo

Descrição da imagem

Saúde • 09:48h • 02 de outubro de 2024

SUS oferece novo medicamento para pacientes com anemia por deficiência de ferro

A doença é uma das condições nutricionais mais comuns no mundo, atingindo 30% da população