Educação • 14:40h • 21 de junho de 2025
Mais da metade dos jovens já caiu em golpes financeiros, aponta pesquisa nacional
Levantamento com mais de 2 mil estudantes do ensino médio revela vulnerabilidade frente a fraudes, apostas online e falta de educação financeira
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

A vulnerabilidade dos jovens brasileiros a golpes financeiros tem chamado a atenção de educadores e especialistas. Um levantamento inédito realizado pela edtech Tindin, com mais de 2 mil estudantes do ensino médio, revelou que 57% dos entrevistados já caíram ou quase caíram em armadilhas financeiras, muitas delas associadas a promessas de ganhos rápidos na internet e ao universo das apostas online.
Os dados apontam um contraste preocupante entre o conhecimento teórico e o comportamento prático dos adolescentes. Embora 88% reconheçam os riscos das apostas, 31% admitiram que apostariam R$ 100 se recebessem esse valor agora. A pesquisa também mostrou lacunas significativas no entendimento sobre investimentos seguros. Cerca de 64% dos jovens afirmaram nunca ter ouvido falar no Tesouro Direto, considerado o título público mais seguro do país, mesmo que 94% se declarem investidores conservadores ou moderados.
Além do questionário, a Tindin utilizou um simulador de vida financeira para avaliar, na prática, como as escolhas atuais dos estudantes podem impactar a construção de patrimônio ao longo dos anos. O resultado reforçou o alerta: alunos que conheciam o Tesouro Direto acumularam cinco vezes mais patrimônio na simulação, enquanto os jovens com perfil de apostadores em BETs apresentaram uma capacidade 7,6 vezes menor de geração de patrimônio, mesmo sem a possibilidade de realizar apostas no ambiente simulado.
Como forma de resposta a essa realidade, a Tindin desenvolveu “O Jogo do Investidor”, uma experiência educativa realizada dentro do Metaverso. A ferramenta simula decisões financeiras reais em um ambiente gamificado, permitindo que os estudantes explorem os impactos de escolhas como investir em ações, títulos públicos ou deixar o dinheiro parado. O jogo também destaca, de forma prática, os prejuízos das apostas.
Para Eduardo Schroeder, CEO e fundador da Tindin, o diferencial da metodologia está na vivência prática. “O jovem não aprende com sermões. Ele aprende quando sente o impacto das próprias decisões. No jogo, ele descobre, por experiência própria, que a casa de apostas sempre vence e que os investidores com escolhas conscientes acumulam patrimônio ao longo do tempo”, afirma.
O estudo sugere ainda que o comportamento impulsivo e a atração por ganhos imediatos podem formar um ciclo de empobrecimento a longo prazo. “Mesmo quando as apostas não estão disponíveis no ambiente simulado, os jovens com histórico de apostar têm desempenho financeiro muito inferior. Isso reforça que o problema vai além do dinheiro perdido em jogos de azar”, alerta Schroeder.
O projeto “O Jogo do Investidor” também se propõe a antecipar, por meio de simulações, os possíveis impactos sociais de hábitos financeiros ao longo da vida. Escolas, educadores e estudantes interessados podem acessar mais informações no site oficial.
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