Política • 09:03h • 07 de setembro de 2024
Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual e nomeia interina
Ministro é exonerado após acusações virem a público
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Fabio Rodriguez-Pozzebom
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu na sexta-feira (6) o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, em decorrência de denúncias de assédio sexual. A decisão veio após acusações serem tornadas públicas pelo portal Metrópoles, envolvendo inclusive a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como uma das possíveis vítimas. A exoneração foi confirmada pelo Palácio do Planalto por meio de um comunicado, no qual o governo reforçou seu compromisso com os direitos humanos e a intolerância a qualquer forma de violência contra mulheres.
Denúncias e investigação
As denúncias contra Almeida foram feitas públicas na quinta-feira (5) e, segundo a organização Me Too, várias mulheres afirmaram ter sido assediadas sexualmente pelo ex-ministro. Entre as vítimas mencionadas, estaria a ministra Anielle Franco, que ainda não havia se pronunciado sobre o caso. Após a revelação, Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos à Controladoria-Geral da União e à Advocacia-Geral da União, enquanto a Comissão de Ética da Presidência da República iniciou um processo para apurar as acusações. A Polícia Federal também abriu uma investigação sobre o caso.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Em sua defesa, Almeida repudiou as acusações, classificando-as como "mentiras" e "ilações absurdas". Ele encaminhou ofícios à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República, solicitando uma apuração rigorosa dos fatos. Apesar de sua defesa, o governo considerou sua permanência no cargo insustentável.
Declaração de Anielle Franco
Após a exoneração de Almeida, Anielle Franco publicou uma nota nas redes sociais, na qual agradeceu o apoio que tem recebido e destacou a importância de não relativizar ou minimizar episódios de violência. A ministra criticou as pressões que vinha sofrendo para falar sobre o assunto e pediu respeito à sua privacidade. "Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada", afirmou.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Franco ainda elogiou a atitude do presidente Lula em agir de forma rápida diante da gravidade das denúncias e reforçou o compromisso do governo federal em combater a violência contra mulheres.
Interina nomeada
Com a saída de Silvio Almeida, Lula nomeou a ministra Esther Dweck, titular do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para assumir interinamente o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Dweck acumulará os dois cargos até que um novo nome seja definido para liderar a pasta. A medida foi confirmada pelo Palácio do Planalto, que também reiterou o compromisso do governo em tratar o caso com a devida seriedade e rapidez.
A investigação sobre as denúncias de assédio sexual continuará sob a supervisão da Polícia Federal e da Comissão de Ética da Presidência da República.
*Matéria atualizada às 12:48 para elucidação da legenda da capa principal.
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