Saúde • 08:02h • 21 de novembro de 2025
Lei amplia diagnóstico de autismo para adultos e idosos no Brasil
Nova norma integra diretrizes nacionais e reforça a importância da identificação tardia do TEA, tema que ganhou destaque após revelação da atriz Letícia Sabatella
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na quinta-feira (13), a Lei 15.256/25, que amplia oficialmente o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) para adultos e idosos. A norma modifica a Lei 12.764/12, inclui ações específicas para facilitar o atendimento clínico a quem chegou à vida adulta sem avaliação adequada e transforma a ampliação do diagnóstico em diretriz da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA.
A lei tem origem no Projeto de Lei 4540/23, do deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), que destacou a necessidade de reconhecer pessoas que não foram avaliadas na infância. Segundo ele, muitas políticas públicas focaram apenas no diagnóstico infantil, o que levou adultos — parte dos 2,4 milhões de brasileiros com TEA estimados pelo IBGE — a receberem diagnósticos incorretos, como ansiedade, depressão ou esquizofrenia.
Em 2023, a atriz Letícia Sabatella, aos 52 anos, recebeu diagnóstico de TEA leve, conhecido como Síndrome de Asperger. Em entrevista ao podcast “Papagaio Falante”, contou que a confirmação veio após investigação especializada e relatou hipersensibilidade e períodos de introspecção ao longo da vida. Ela afirmou que a arte sempre ajudou a lidar com sua forma particular de perceber o mundo, influenciando decisões pessoais e profissionais.
As manifestações do TEA variam conforme o grau e o tipo de alteração. No chamado “autismo clássico”, podem ocorrer dificuldade de interação social, pouco contato visual e uso limitado da fala como comunicação. Para especialistas, a nova lei pode facilitar o acesso de adultos e idosos a acompanhamento adequado, reduzir erros de diagnóstico e ajudar mais pessoas a compreender suas necessidades ao longo da vida.
Casos como o de Letícia Sabatella reforçam a importância da medida. A ausência histórica de políticas voltadas ao diagnóstico tardio deixou milhares de pessoas sem avaliação correta, gerando interpretações equivocadas de comportamentos e características pessoais. Ao incentivar e estruturar o diagnóstico na vida adulta, a legislação corrige essa lacuna e permite que mais indivíduos tenham acesso a acompanhamento especializado, compreensão sobre suas trajetórias e condições mais justas de inclusão social.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo