Responsabilidade Social • 12:04h • 06 de dezembro de 2025
Inclusão reforça necessidade de equidade para profissionais surdos no mercado de trabalho
Especialista do ICOM aponta estratégias para ampliar acessibilidade, comunicação e oportunidades dentro das empresas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Likeleads Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, reforçou a urgência de ampliar o acesso da comunidade surda ao mercado de trabalho. O tema permanece marcado por barreiras estruturais que dificultam desde o ingresso em processos seletivos até o alcance de cargos de liderança. Segundo o IBGE, 10,7 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva e ainda enfrentam limitações que comprometem sua participação profissional de forma plena.
Embora a Lei de Cotas determine a contratação de pessoas com deficiência em empresas com mais de 100 funcionários, a aplicação prática continua restrita. De acordo com José Araújo Neto, CEO do ICOM, socialtech especializada em inclusão e comunicação acessível, a falta de fiscalização e a permanência de barreiras educacionais, comunicacionais e culturais impedem que profissionais surdos tenham oportunidades reais de desenvolvimento e ascensão.
Nesse contexto, o especialista destaca a necessidade de construir ambientes corporativos verdadeiramente acessíveis. Para ele, a criação de uma cultura inclusiva é o ponto de partida. A sensibilização das equipes, o combate a estereótipos e a oferta de canais de comunicação adequados são fatores essenciais para transformar diversidade em prática cotidiana.
A revisão dos processos seletivos também é considerada fundamental. A adaptação das etapas de recrutamento, o uso de recursos de acessibilidade e a presença de intérpretes de Libras garantem que candidatos surdos tenham igualdade de participação. O ICOM oferece suporte às empresas para viabilizar entrevistas inclusivas e efetivas, inclusive em formatos remotos.
A inclusão deve avançar além da contratação. A avaliação equitativa de competências, as oportunidades de capacitação e a equiparação salarial são medidas que asseguram continuidade e crescimento profissional. Ainda é comum que pessoas com deficiência recebam salários inferiores e encontrem menos possibilidades de promoção, o que revela a distância entre a legislação e a realidade corporativa.
A tecnologia é outro pilar relevante. Ferramentas assistivas, sistemas de tradução em Libras, alertas visuais e dispositivos adaptados ampliam a autonomia e a produtividade de profissionais surdos. Soluções desse tipo integram rotinas, aproximam equipes e reduzem barreiras comunicacionais dentro das organizações.
Para Araújo Neto, a discussão sobre acessibilidade precisa ocorrer para além de uma data no calendário. A construção de ambientes inclusivos exige constância, investimento e revisão de práticas. A ampliação das oportunidades para profissionais surdos depende de políticas claras, da atuação comprometida das empresas e da compreensão de que equidade não se limita ao cumprimento da Lei de Cotas, mas à transformação real das estruturas que compõem o mercado de trabalho.
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