• Feira do Rock reúne diferentes gerações em Assis e destaca novos talentos musicais
  • 23% das crianças e adolescentes dizem ter sofrido violência sexual na internet
  • Semana em Assis será marcada por variação de temperaturas e pancadas de chuva na terça-feira
Novidades e destaques Novidades e destaques

Mundo • 14:26h • 05 de dezembro de 2024

Hora trabalhada de pessoa branca vale 67,7% mais que a de negros

Disparidade está presente em todas as escolaridades

Agência Brasil | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A pesquisa faz ainda uma análise por sexo, que mostra homens superando mulheres em termos de rendimento médio recebido.
A pesquisa faz ainda uma análise por sexo, que mostra homens superando mulheres em termos de rendimento médio recebido.

A hora trabalhada de uma pessoa branca vale 67,7% mais que a de trabalhadores pretos e pardos. Enquanto negros – conjunto de pretos e pardos – recebem R$ 13,70 em média, os brancos recebem R$ 23. Invertendo a ordem, significa também dizer que negros recebem por hora 40% a menos que os brancos.

O dado que revela uma das faces da desigualdade racial no país faz parte da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada na quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao observar a diferença racial pela escolaridade, foi possível notar que os brancos recebem mais que os pretos e pardos pela hora trabalhada em todos os níveis. Entre os sem instrução ou fundamental incompleto, por exemplo, a diferença é de 30%.

A maior disparidade é entre os trabalhadores com ensino superior completo, quando os brancos recebem 43,2% mais pela hora trabalhada – R$ 40,24 contra R$ 28,11.

O estudo traz também o tamanho da desigualdade no rendimento médio real da população. Enquanto a média salarial geral no país ficou em R$ 2.979, a média do salário dos brancos é R$ 3.847, superando em 69,9% o valor dos negros – R$ 2.264.

Ao comparar com dados de 2019, último ano antes da pandemia de covid-19, a pesquisadora do IBGE Denise Guichard Freire contextualiza que a desigualdade racial referente aos rendimentos diminuiu – em 2019 estava em 74,9%, mas permanece em patamar “extremamente elevado”.

“Pretos ou pardos normalmente estão inseridos em ocupações que pagam menos, como construção, agropecuária, serviço doméstico; enquanto a população branca normalmente está inserida em ocupações que pagam rendimento maior, como informação e comunicação e administração pública. Essa diferença estrutural que acontece no rendimento médio real permanece”.

Apesar da redução de 2019 e 2023, ao analisar a desigualdade racial na remuneração média nos dois últimos anos da pesquisa (2022 e 2023), verifica-se que houve aumento da disparidade, de 65% para 69,9%.

De acordo com Denise Freire, é um efeito que tem a ver com a posição ocupada pelas pessoas em um ano marcado pela recuperação do mercado de trabalho.

“A população branca tem mais facilidade nessa retomada do mercado de trabalho que a população preta ou parda”.

Desigualdade por sexo

A pesquisa faz ainda uma análise por sexo, que mostra homens superando mulheres em termos de rendimento médio recebido. Eles ganham R$ 3.271 contra R$ 2.588 das brasileiras, ou seja, 26,4% a mais.

Em relação ao valor da hora trabalhada, os pesquisadores apuraram que o valor recebido pelos homens foi de R$ 18,81 em 2023, tendo sido 12,6% maior que o das mulheres (R$ 16,70).

“Os resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais, salvo pequenas oscilações, foram encontrados em todos os anos de 2012 a 2023”, frisa o IBGE. A desagregação por cor ou raça, assim como o recorte por sexo, são também fundamentais para o reconhecimento das desigualdades no Brasil”, completa.

Informalidade

Os dados de emprego do IBGE levam em consideração o universo da população com 14 anos ou mais de idade e todas as formas de trabalho. O nível de informalidade é mais uma forma de enxergar a desigualdade racial no mercado de trabalho do país.

Em 2023, a proporção de pessoas em ocupações informais era de 40,7%. Mas ao se analisar por cor, identifica-se que a informalidade entre os brancos era de 34,3%. Já entre os negros 45,8%.

Trabalhador informal é o que não tem garantido direitos como férias, contribuição para a previdência social e 13º salário.

A publicação do IBGE registra que os dados correspondem “a uma característica estrutural do mercado de trabalho brasileiro desfavorável aos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda”.

Os pesquisadores se debruçaram também em dados da chamada subutilização da mão de obra brasileira. São pessoas que estão desocupadas, que têm jornada de no máximo 30 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, que procuraram trabalho e as que não chegaram a buscar, mas querem uma ocupação.

A taxa de subutilização foi de 18% em 2023, sendo que para os brancos somou 13,5%. Já para pretos e pardos, 21,3%. A desigualdade está presente também em relação ao sexo. Para os homens a taxa foi de 14,4%, superando a das mulheres, 22,4%.

Cuidado familiar não remunerado

A pesquisa mostra ainda que o nível de ocupação da população brasileira fechou 2023 em 57,6%, sendo que entre homens foi 20 pontos percentuais maior que entre mulheres – 67,9% contra 47,9%.

Segundo a pesquisadora Denise Freire, é uma disparidade historicamente presente no mercado de trabalho no país.

“O nível de ocupação tende a ser menor para as mulheres do que para os homens apesar da maior escolaridade das mulheres, por conta do trabalho não remunerado: dedicação ao trabalho doméstico e aos cuidados com parentes etc.”, explica.

A remuneração do cuidado familiar foi um dos temas discutidos por ativistas pela igualdade de gênero, conforme mostrou a Agência Brasil durante as reuniões preparatórias para a reunião do G20 (grupo das 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana), que aconteceu em novembro, no Rio de Janeiro.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Esporte • 18:48h • 15 de setembro de 2025

Cannabis medicinal ganha espaço no esporte como aliada na recuperação muscular

Canabidiol (CBD) é permitido pela Agência Mundial Antidopagem e pode auxiliar na regeneração física quando usado com acompanhamento médico

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:30h • 15 de setembro de 2025

Feira do Rock reúne diferentes gerações em Assis e destaca novos talentos musicais

3ª edição do evento apresentou repertório que foi do rock nacional dos anos 80 ao som pesado do Voidred, com espaço também para gastronomia, vinil e carros antigos

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 17:08h • 15 de setembro de 2025

Falta de diversidade genética pode prejudicar estratégia de conservação do mico-leão-preto

Estudo alerta que a perda de variabilidade entre os animais criados em cativeiro ameaça a viabilidade da espécie e indica a necessidade de introduzir novos indivíduos vindos da natureza

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:50h • 15 de setembro de 2025

Expo Cristã: SP lança 2ª edição do Guia Turístico Evangélico

Publicação reúne 41 atrativos de 17 municípios paulistas. Estande da Secretaria também promove eventos religiosos

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 16:10h • 15 de setembro de 2025

Taxa de suicídio entre jovens cresce 6% ao ano no Brasil, alerta ICDS

No Setembro Amarelo, instituto reforça protocolos hospitalares para prevenção, atendimento humanizado e proteção à vida

Descrição da imagem

Educação • 15:37h • 15 de setembro de 2025

Inscrições prorrogadas para 1,3 mil vagas em cursos gratuitos e profissionalizantes no Trampolim

Os cursos ofertados são para as áreas de administração, negócios, idiomas, beleza, gastronomia, moda, eventos, marketing e construção civil

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 15:03h • 15 de setembro de 2025

Palmital abre credenciamento para projetos musicais em 2025

Cadastro cria banco de talentos para futuras contratações em eventos culturais do município

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 14:49h • 15 de setembro de 2025

23% das crianças e adolescentes dizem ter sofrido violência sexual na internet

Governo do Brasil, em parceria com ONU e fundação norte-rio-grandense, divulga estudo que mapeia avanços e desafios na proteção infantojuvenil no ambiente digital e lança Banco de Boas Práticas

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?