Variedades • 17:28h • 07 de dezembro de 2024
Highlander do mundo animal: o escorpião é um sucesso evolutivo e a ciência pode provar
Esses aracnídeos são capazes de passar centenas de dias sem se alimentar, vários dias sem água, e conseguem se reproduzir sem machos, entre outras ‘mágicas’
Da Redação com informações do Butantan | Foto: José Felipe Batista

Os escorpiões se destacam por sua incrível capacidade de adaptação e sobrevivência. Apesar de preferirem climas quentes e úmidos, eles evoluíram ao longo de milhões de anos para suportar diferentes ambientes e situações extremas. Esses aracnídeos podem passar dias sem comida ou água, se reproduzir sozinhos e se adaptar a temperaturas variadas, o que os torna verdadeiros "Highlanders" do mundo animal.
Anatomia e características
Os escorpiões possuem quatro pares de pernas, pedipalpos (semelhantes a pinças), quelíceras e uma cauda com um ferrão na ponta, onde está o veneno. Este é usado para capturar presas ou se defender de predadores. Embora muitas pessoas os confundam com insetos, eles são aracnídeos e pertencem à ordem Scorpiones.
Diversidade de espécies
Existem cerca de 2.800 espécies de escorpiões no mundo, 180 delas no Brasil. Dentre as brasileiras, quatro são consideradas perigosas para a saúde humana:
Escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus): comum no Norte e Mato Grosso.
Escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus): presente também no Sudeste, Sul e Norte.
Escorpião-marrom (Tityus bahiensis): encontrado no Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus): ocorre em todo o Brasil.
Adaptação ao ambiente
Os escorpiões habitam desertos, florestas tropicais, cavernas e até regiões de alta altitude, como os Andes. São capazes de viver até 400 dias sem comida, 87 dias sem água e 36 dias sem ambos. Em cidades, se alimentam de baratas, ajudando no controle dessas pragas, mas também se tornam um problema devido ao aumento de acidentes.
Reprodução e crescimento populacional
Uma característica impressionante é a partenogênese, um tipo de reprodução sem a necessidade de machos, presente em algumas espécies como o T. serrulatus e T. stigmurus. Essa habilidade permite que as populações de escorpiões cresçam rapidamente, mesmo em condições adversas.
Problemas urbanos
A presença dos escorpiões nas cidades está ligada ao crescimento desordenado e à falta de controle de resíduos, que atrai baratas e facilita sua proliferação. Eles conseguem acessar casas e apartamentos por meio de encanamentos, caixas de luz ou até serem transportados em roupas e cargas.
Impactos no Brasil
Em 2023, os escorpiões foram responsáveis por 202.324 acidentes e 134 mortes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O estado de São Paulo lidera os registros, com 48.651 casos no ano.
Apesar de seu impacto negativo, os escorpiões têm uma função ecológica importante e, devido à sua resiliência, são difíceis de eliminar. Entender seu papel no ecossistema é essencial para buscar formas mais eficazes de controle e convivência.
Mantenha a calma
Além de sua incrível capacidade de sobrevivência, os escorpiões desempenham um papel importante no controle biológico, ajudando a equilibrar o ecossistema. Seu veneno também é essencial para a produção do soro antiescorpiônico, desenvolvido pelo Instituto Butantan. Esse soro é utilizado para neutralizar os efeitos das picadas de escorpiões do gênero Tityus, como o escorpião-amarelo, o escorpião-amarelo-do-Nordeste, o escorpião-marrom e o escorpião-preto.
"Ambientes com muito lixo ou entulho servem de abrigo para escorpiões, pois oferecem alimento e esconderijo. Evitar o acúmulo desses materiais é uma forma eficiente de controle e de prevenção de acidentes", ressalta Denise Candido.
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