Saúde • 20:05h • 13 de julho de 2025
Hemorroidas: o que são, como tratar e por que perder a vergonha de procurar ajuda
Do desconforto ao sangramento, condição afeta homens e mulheres de todas as idades e exige informação e cuidado especializado
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Arquivo/Âncora1

Embora seja um tema ainda cercado de vergonha e silêncio, as hemorroidas são uma condição extremamente comum que pode afetar qualquer pessoa — homens, mulheres, idosos e grávidas — em diferentes fases da vida. Elas não são, em si, uma “doença” no sentido tradicional, mas um quadro vascular: veias localizadas na região do ânus que podem inflamar, dilatar e causar dor intensa, desconforto e até sangramento.
Muita gente carrega o problema por anos sem procurar ajuda médica por vergonha ou por acreditar que é algo “normal” ou sem solução. Mas os especialistas lembram que esse tabu apenas agrava o quadro e impede tratamentos que melhoram muito a qualidade de vida.
As hemorroidas são classificadas como internas ou externas. As internas ficam dentro do canal anal e podem causar sangramento ao evacuar, mesmo quando não são visíveis. Já as externas são aquelas em que as veias se projetam para fora, causando dor intensa ao sentar ou até ao caminhar, além de sangramento em alguns casos. Ambas as formas podem inflamar, causando crises que exigem tratamento.
Problema comum e ainda tabu: conheça os sintomas e tratamentos das hemorroidas
Entre os sintomas mais relatados estão: coceira, ardor, dor ao evacuar ou ao sentar, sensação de peso na região anal e sangramento vivo, especialmente ao usar papel higiênico. Essa hemorragia pode ser abundante e alarmante para quem nunca passou por isso.
Causas e fatores de risco
Existem fatores que aumentam muito o risco de desenvolver ou agravar hemorroidas. Entre os principais estão:
- Permanecer muito tempo sentado no vaso sanitário;
- Dieta pobre em fibras e com excesso de alimentos muito apimentados;
- Constipação frequente, com esforço exagerado para evacuar;
- Gravidez, devido ao aumento da pressão abdominal;
- Histórico familiar (fator genético).
Ou seja, não há relação com práticas sexuais, como às vezes se supõe de forma preconceituosa. Esse é um dos maiores tabus que impedem as pessoas de buscar ajuda médica.
Tratamento e alívio dos sintomas
Para casos mais leves ou moderados, existem medidas que ajudam muito:
- Banhos de assento com água morna para reduzir a inflamação;
- Pomadas e medicamentos tópicos com anestésico ou corticoide;
- Mudança na dieta, com aumento de fibras e hidratação adequada;
- Evitar ficar muito tempo sentado, especialmente no vaso sanitário.
Essas medidas costumam reduzir sintomas e melhorar bastante o dia a dia, mas em alguns casos não são suficientes.
Quando é necessária a cirurgia
Quando as crises se tornam frequentes, quando há sangramento persistente ou quando as hemorroidas externas não mais se reduzem sozinhas (ficam “presas” para fora), o tratamento cirúrgico pode ser indicado.
A cirurgia para hemorroidas é considerada invasiva e requer preparação. Em muitos casos, o paciente recebe anestesia raquidiana (raque) e precisa ficar, no mínimo, duas semanas em recuperação, com cuidados para evacuar sem dor excessiva e para evitar complicações.
O procedimento pode ser feito de duas maneiras principais:
- Grampeamento, para reduzir o fluxo de sangue nas veias hemorroidárias;
- Ressecção (retirada) das veias dilatadas, com sutura local.
Embora eficaz, a cirurgia não elimina para sempre o risco de novas hemorroidas. Em alguns pacientes, o problema pode retornar ao longo dos anos, embora isso não seja regra, nem frequente.
A importância de procurar ajuda especializada
Proctologistas ou coloproctologistas são os especialistas indicados para avaliar cada caso e propor o tratamento adequado. Além disso, procurar atendimento profissional é essencial para descartar outras causas de sangramento anal, como fissuras ou até doenças mais graves.
O recado dos médicos é: não há motivo para vergonha. Hemorroidas são comuns, tratáveis e conversar com o especialista melhora a qualidade de vida, evitando crises dolorosas e sangramento.
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