Ciência e Tecnologia • 13:04h • 13 de julho de 2025
Gravidez depois dos 35 cresce no Brasil: veja os mitos, verdades e desafios
Número de mulheres que engravidam após os 40 anos aumentou 65% em 12 anos; especialistas destacam riscos, benefícios e a importância do acompanhamento médico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Bowler Assessoria | Foto: Divulgação

A decisão de adiar a maternidade tem se tornado cada vez mais comum entre as brasileiras. Dados do IBGE revelam um aumento expressivo de 65,7% no número de mulheres que engravidaram após os 40 anos entre 2010 e 2022, passando de 64 mil para 106 mil nesse período. Celebridades como Cláudia Raia, Ivete Sangalo e Gisele Bündchen refletem uma tendência nacional de priorização de carreira, saúde emocional e estabilidade financeira antes de ter filhos.
Segundo a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, essa mudança no perfil materno acompanha também um maior interesse por saúde reprodutiva. Levantamento da Doctoralia mostra que termos como “gravidez tardia”, “anticoncepcional” e “métodos contraceptivos” somaram mais de 20 mil buscas na plataforma, com respostas visualizadas mais de 13 milhões de vezes. As mulheres também lideram o uso de plataformas digitais para marcar consultas, sendo Ginecologia e Obstetrícia as especialidades mais buscadas.
Para a Head Global de Patient da Doctoralia, Flávia Soccol, esse comportamento demonstra maior consciência e engajamento com as decisões sobre ter filhos. “As mulheres estão mais atentas à sua saúde reprodutiva, buscando informações confiáveis para tomar decisões com mais segurança”, afirma.
A ginecologista Dulce Henriques, parceira da Doctoralia, explica que a gestação é considerada tardia a partir dos 35 anos. “Nessa fase, há redução natural da reserva ovariana e alteração na qualidade dos óvulos, elevando o risco de alterações cromossômicas”, explica. Ainda assim, muitas mulheres têm gestações saudáveis com pré-natal rigoroso e acompanhamento especializado.
Confira 8 mitos e verdades sobre a gravidez tardia
Mito: Toda gravidez após os 35 anos é automaticamente de alto risco.
Embora haja riscos maiores, como diabetes gestacional e hipertensão, muitas mulheres têm gestação saudável com bom acompanhamento.
Verdade: A fertilidade diminui com a idade.
A partir dos 35 anos há queda na reserva ovariana e qualidade dos óvulos, o que impacta as chances de engravidar.
Mito: Mulheres mais velhas sempre terão filhos com problemas de saúde.
Apesar do risco aumentado de alterações cromossômicas, exames como o NIPT permitem detecção precoce, e hábitos saudáveis ajudam muito.
Verdade: A gravidez tardia exige cuidados extras.
O SUS oferece acompanhamento prioritário, com exames específicos e consultas especializadas.
Mito: Engravidar tarde é tendência apenas entre mulheres ricas.
O adiamento da maternidade ocorre em diferentes camadas sociais, ligado a carreira, estabilidade financeira e escolha do parceiro.
Verdade: O número de mulheres grávidas após os 40 anos cresceu no Brasil.
Entre 2010 e 2022, esse grupo cresceu 65,7%, segundo o IBGE.
Mito: Mulheres mais velhas não buscam cuidados médicos com frequência.
Elas são as que mais agendam consultas online, com Ginecologia e Obstetrícia entre as especialidades mais buscadas.
Verdade: Ter filhos mais tarde pode trazer benefícios emocionais e sociais.
A maturidade emocional e a estabilidade financeira podem influenciar positivamente na criação dos filhos.
A Dra. Dulce Henriques alerta que o planejamento deve considerar os desafios naturais do tempo. “Considere a possibilidade de dificuldade para engravidar ou outros problemas. O tempo não para e pode ser um fator contra quem prioriza carreira antes da maternidade. Por isso, é essencial ter um acompanhamento com o ginecologista ou um especialista em Reprodução Humana”, completa.
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