• Floresta em pé: lavoura e árvores reduzem impacto de mudança climática
  • FEMA abre duas seleções públicas para docentes nos cursos de Educação Física e Enfermagem
  • Assis abre inscrições para processo seletivo da Educação 2026
Novidades e destaques Novidades e destaques

Mundo • 11:32h • 15 de abril de 2025

Governo buscará retomar pauta de regulação das redes no Congresso

Principal projeto sobre o tema, PL das Fake News está parado na Câmara

Agência Brasil | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.
No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.

O governo federal vai tentar uma nova aproximação com o Congresso nas próximas semanas para que o tema da regulação das plataformas digitais volte à agenda dos legisladores, afirmou o Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant.

"O governo está terminando de definir sua posição de mérito e de estratégia. Nossa compreensão é que essa regulação precisa equilibrar três coisas: primeiro, a responsabilidade civil das plataformas; segundo, o que a gente chama de dever de prevenção e precaução, que significa a necessidade de atuar preventivamente para que não haja disseminação de conteúdos ilegais e danosos a indivíduos ou a coletividades; e terceiro, que elas atuem na mitigação dos riscos sistêmicos da sua atividade", defendeu Brant na última semana, em palestra na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A principal proposta de regulação das plataformas digitais, o Projeto de Lei 2.630 de 2020, conhecido como PL das Fake News, já foi aprovado pelo Senado e está em análise na Câmara dos Deputados. A falta de um acordo, porém, impede que ele avance desde o ano passado.

Atualmente, essas empresas respondem ao Marco Civil da Internet, aprovado em 2014. No seu Artigo 19, a lei diz que que as redes sociais só podem ser responsabilizadas por conteúdo ofensivo ou danoso postado por usuários caso descumpram uma ordem judicial de remoção, à exceção de conteúdo sexuais não autorizado ou casos que violam direitos autorais.

No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.

"Quando você vai discutir regulação ambiental, por exemplo, o tempo inteiro você olha para os riscos sistêmicos, aqueles riscos que são inerentes à atividade, que afetam direitos fundamentais ou outros marcos legais relevantes. E é preciso mitigar esses efeitos, impor responsabilidades e custos. E o que a gente tem é uma distorção do ambiente digital, sem que as plataformas assumam qualquer responsabilidade", argumentou o secretário.

O uso das redes sociais para cometer crimes continua no centro do debate público em meio às denúncias de violências cometidas contra crianças e adolescentes, e tem reacendido a discussão sobre a regulação das chamadas big techs, as empresas que controlam essas plataformas.

O coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da Universidade Federal Fluminense, Afonso Albuquerque, concorda que a regulação das redes se tornou uma questão fundamental e é preciso mais do que responsabilizar as plataformas por esses conteúdos.

"É preciso ter regras relativas ao financiamento dessas plataformas que, de alguma forma, estabeleçam princípios de transparência algorítmica. Nós temos um agente que tem uma capacidade imensa de intervir nos debates nacionais e, hoje, efetivamente, nós operamos no terreno da mais pura ilegalidade"

No entanto, ele não vê um cenário favorável a essa discussão, no Congresso Nacional, a princípio. Mas uma ajuda indireta e imprevista pode vir dos efeitos do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos: "Nós estamos vivendo um momento muito caótico, no qual não é possível fazer análises muito claras. Algumas semanas atrás, nós tínhamos uma situação de fechamento das plataformas com os interesses do governo Trump. Mas, agora que as tarifas estão afetando o bolso dos bilionários que apoiaram o Trump, esse não é um cenário tão transparente assim".

Para Afonso Albuquerque, as ações de Donald Trump também têm colocado os Estados Unidos em oposição a muitos países, incitando em muitos deles a necessidade de defender sua soberania em diversos campos, inclusive contra a influência das plataformas digitais americanas.

"Ele e os personagens envolvidos, particularmente o Elon Musk, mas o [Mark] Zuckerberg também, demonstraram pouca sutileza no seu interesse de intervir em assuntos internos de outros países, particularmente do Brasil. E, ao fazer isso, eles levantam a agenda da soberania. Eu acho que essa ameaça está presente desde que as plataformas existem, mas o comportamento agressivo dos integrantes do governo Trump, particularmente sua aliança com os setores da extrema direita anti-institucional do Brasil, tornam muito visível essa ameaça", explica o especialista.

O Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant, acrescenta que os resultados dos embates entre Musk e o Supremo Tribunal Federal criaram um precedente positivo não só para o Brasil:

"É um momento em que se testa, se esgarça essa relação com os estados nacionais. O mundo inteiro fica olhando para ver o que que o Brasil vai fazer, e o Brasil toma uma decisão de suspender o serviço enquanto não cumprisse as ordens judiciais.

O melhor dessa história é que ela termina com o Musk tendo que sucumbir ao Estado brasileiro, topando cumprir as regras para voltar ao ar. "Eu diria que ali foi um momento de virada em que vários países entenderam que a gente não pode lidar com naturalidade com o fato de que eles escolhem quais regras vão cumprir."

Brant também acredita que duas situações frequentes podem contribuir para que a população pressione os legisladores em direção à regulação: "A própria proteção de crianças e adolescentes, que eu acho que é um tema chave, em que fica mais explícito o problema, e também a quantidade de golpes e fraudes no ambiente digital, e uma parte das plataformas é inclusive sócia desses golpes, porque recebe dinheiro para veicular conteúdo fraudulento."

Já o coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da UFF, Afonso Albuquerque, defende que é preciso ir além das regulações nacionais, com a criação de mecanismos transnacionais pactuados e instituições de governança que estabeleçam e fiscalizem o cumprimento de regras globais.

 

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Cidades • 17:07h • 27 de novembro de 2025

Audiência pública reúne entidades do terceiro setor para prestação de contas em Cândido Mota

Evento desta sexta, 28 de novembro, discute transparência, ações sociais e o uso de recursos públicos no município

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 16:39h • 27 de novembro de 2025

Banda Jajahaus lança EP de estreia no Spotify e leva a música de Assis para o mundo

Grupo assisense apresenta Suahajaj, projeto que marca sua identidade sonora e reforça a força da cena musical do interior

Descrição da imagem

Cidades • 16:03h • 27 de novembro de 2025

Cruzália promove oficinas gratuitas de Natal para estimular criatividade e fortalecer vínculos comunitários

Atividades serão realizadas nos dias 1º e 2 de dezembro, com vagas limitadas e prioridade para famílias cadastradas no CadÚnico e Bolsa Família

Descrição da imagem

Educação • 15:43h • 27 de novembro de 2025

USP chega às 50 melhores do mundo em ranking de ciência interdisciplinar

Universidade avançou 25 posições no levantamento da THE, mesmo com ampliação do número de avaliadas, reforçando o desempenho na pesquisa em colaboração entre áreas

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 15:09h • 27 de novembro de 2025

Cinema insurgente: minicurso em Assis analisa narrativas que reescrevem o Brasil

Atividade gratuita acontece nesta quinta, 27 de novembro, no Centro Cultural Dona Pimpa, com análise de produções de cineastas negros e reflexões sobre história pública

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 14:56h • 27 de novembro de 2025

Floresta em pé: lavoura e árvores reduzem impacto de mudança climática

Sistema combina produção agrícola com preservação ambiental

Descrição da imagem

Cidades • 14:11h • 27 de novembro de 2025

Palmital oferece capacitação gratuita para preparo de porções; veja como participar

Aulas serão realizadas em 3 de dezembro, com duas opções de horário e inscrições presenciais no Departamento de Assistência Social

Descrição da imagem

Classificados • 13:54h • 27 de novembro de 2025

FEMA abre duas seleções públicas para docentes nos cursos de Educação Física e Enfermagem

Editais contemplam áreas específicas das duas graduações, com carga horária de até 40 horas semanais e informações completas disponíveis no site da instituição

As mais lidas

Mundo

Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda

Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?