• 3I/ATLAS não é cometa: objeto desafia modelos astronômicos e nova imagem da NASA amplia a polêmica
  • Assis registra novo caso de escorpião-amarelo no Pacaembu nesta sexta-feira
  • Primeiro fim de semana de dezembro terá tempo firme e temperaturas em elevação em Assis
Novidades e destaques Novidades e destaques

Mundo • 11:32h • 15 de abril de 2025

Governo buscará retomar pauta de regulação das redes no Congresso

Principal projeto sobre o tema, PL das Fake News está parado na Câmara

Agência Brasil | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.
No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.

O governo federal vai tentar uma nova aproximação com o Congresso nas próximas semanas para que o tema da regulação das plataformas digitais volte à agenda dos legisladores, afirmou o Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant.

"O governo está terminando de definir sua posição de mérito e de estratégia. Nossa compreensão é que essa regulação precisa equilibrar três coisas: primeiro, a responsabilidade civil das plataformas; segundo, o que a gente chama de dever de prevenção e precaução, que significa a necessidade de atuar preventivamente para que não haja disseminação de conteúdos ilegais e danosos a indivíduos ou a coletividades; e terceiro, que elas atuem na mitigação dos riscos sistêmicos da sua atividade", defendeu Brant na última semana, em palestra na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A principal proposta de regulação das plataformas digitais, o Projeto de Lei 2.630 de 2020, conhecido como PL das Fake News, já foi aprovado pelo Senado e está em análise na Câmara dos Deputados. A falta de um acordo, porém, impede que ele avance desde o ano passado.

Atualmente, essas empresas respondem ao Marco Civil da Internet, aprovado em 2014. No seu Artigo 19, a lei diz que que as redes sociais só podem ser responsabilizadas por conteúdo ofensivo ou danoso postado por usuários caso descumpram uma ordem judicial de remoção, à exceção de conteúdo sexuais não autorizado ou casos que violam direitos autorais.

No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.

"Quando você vai discutir regulação ambiental, por exemplo, o tempo inteiro você olha para os riscos sistêmicos, aqueles riscos que são inerentes à atividade, que afetam direitos fundamentais ou outros marcos legais relevantes. E é preciso mitigar esses efeitos, impor responsabilidades e custos. E o que a gente tem é uma distorção do ambiente digital, sem que as plataformas assumam qualquer responsabilidade", argumentou o secretário.

O uso das redes sociais para cometer crimes continua no centro do debate público em meio às denúncias de violências cometidas contra crianças e adolescentes, e tem reacendido a discussão sobre a regulação das chamadas big techs, as empresas que controlam essas plataformas.

O coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da Universidade Federal Fluminense, Afonso Albuquerque, concorda que a regulação das redes se tornou uma questão fundamental e é preciso mais do que responsabilizar as plataformas por esses conteúdos.

"É preciso ter regras relativas ao financiamento dessas plataformas que, de alguma forma, estabeleçam princípios de transparência algorítmica. Nós temos um agente que tem uma capacidade imensa de intervir nos debates nacionais e, hoje, efetivamente, nós operamos no terreno da mais pura ilegalidade"

No entanto, ele não vê um cenário favorável a essa discussão, no Congresso Nacional, a princípio. Mas uma ajuda indireta e imprevista pode vir dos efeitos do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos: "Nós estamos vivendo um momento muito caótico, no qual não é possível fazer análises muito claras. Algumas semanas atrás, nós tínhamos uma situação de fechamento das plataformas com os interesses do governo Trump. Mas, agora que as tarifas estão afetando o bolso dos bilionários que apoiaram o Trump, esse não é um cenário tão transparente assim".

Para Afonso Albuquerque, as ações de Donald Trump também têm colocado os Estados Unidos em oposição a muitos países, incitando em muitos deles a necessidade de defender sua soberania em diversos campos, inclusive contra a influência das plataformas digitais americanas.

"Ele e os personagens envolvidos, particularmente o Elon Musk, mas o [Mark] Zuckerberg também, demonstraram pouca sutileza no seu interesse de intervir em assuntos internos de outros países, particularmente do Brasil. E, ao fazer isso, eles levantam a agenda da soberania. Eu acho que essa ameaça está presente desde que as plataformas existem, mas o comportamento agressivo dos integrantes do governo Trump, particularmente sua aliança com os setores da extrema direita anti-institucional do Brasil, tornam muito visível essa ameaça", explica o especialista.

O Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant, acrescenta que os resultados dos embates entre Musk e o Supremo Tribunal Federal criaram um precedente positivo não só para o Brasil:

"É um momento em que se testa, se esgarça essa relação com os estados nacionais. O mundo inteiro fica olhando para ver o que que o Brasil vai fazer, e o Brasil toma uma decisão de suspender o serviço enquanto não cumprisse as ordens judiciais.

O melhor dessa história é que ela termina com o Musk tendo que sucumbir ao Estado brasileiro, topando cumprir as regras para voltar ao ar. "Eu diria que ali foi um momento de virada em que vários países entenderam que a gente não pode lidar com naturalidade com o fato de que eles escolhem quais regras vão cumprir."

Brant também acredita que duas situações frequentes podem contribuir para que a população pressione os legisladores em direção à regulação: "A própria proteção de crianças e adolescentes, que eu acho que é um tema chave, em que fica mais explícito o problema, e também a quantidade de golpes e fraudes no ambiente digital, e uma parte das plataformas é inclusive sócia desses golpes, porque recebe dinheiro para veicular conteúdo fraudulento."

Já o coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da UFF, Afonso Albuquerque, defende que é preciso ir além das regulações nacionais, com a criação de mecanismos transnacionais pactuados e instituições de governança que estabeleçam e fiscalizem o cumprimento de regras globais.

 

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 16:36h • 06 de dezembro de 2025

Dezembro Vermelho, 3 livros imperdíveis para refletir sobre o HIV e a Aids

Seleção reúne obras que abordam memória, estigma, políticas públicas e caminhos da ciência no enfrentamento à epidemia

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:08h • 06 de dezembro de 2025

São Paulo deve receber 16 milhões de visitantes no verão

De dezembro de 2025 a fevereiro de 2026, milhares de pessoas circularão pelos municípios turísticos do estado

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 15:55h • 06 de dezembro de 2025

Restrição às apostas online avança após levantamento apontar 10,9 milhões de afetados no país

Governo Federal anuncia novas regras para reduzir danos enquanto especialistas alertam para impacto crescente entre jovens e famílias de baixa renda

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 15:24h • 06 de dezembro de 2025

Arquivo Nacional inaugura livraria virtual com acesso a mais de 400 publicações

A plataforma reúne mais de quatrocentas publicações da instituição, ampliando o acesso do público à produção editorial nas áreas de arquivologia, ciência da informação, história e ciências sociais

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 14:32h • 06 de dezembro de 2025

Carreiro e Capataz são confirmados como atração do Natal 2025 em Cruzália

Dupla sertaneja se apresenta no dia 20 de dezembro na Praça Herbert Henschel, reforçando a programação já anunciada para as festividades natalinas

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 14:09h • 06 de dezembro de 2025

Vacina da dengue: a trajetória da ciência até a produção em massa

Imunizante tetravalente, feito com vírus vivo atenuado, foi desenvolvido integralmente pelo Butantan; fábrica possui 2.550 m² de área produtiva e opera 24 horas por dia

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 13:30h • 06 de dezembro de 2025

Natal Feliz 2025 começa neste sábado, dia 06, em Palmital, com programação musical

Abertura terá acendimento das luzes e show de Sampa VIP, e programação segue diariamente com atrações de dança, música, teatro, cultura tradicional e apresentações escolares

Descrição da imagem

Educação • 13:06h • 06 de dezembro de 2025

Jovens veem conhecimento em IA como diferencial para emprego

Para 11%, conhecimento em IA não faz diferença para obter ocupação

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025