Mundo • 16:20h • 18 de fevereiro de 2025
Golpe da embalagem: como evitar que seus dados sejam vazados após compras online
Criminosos se aproveitam de embalagens descartadas incorretamente para aplicar golpes financeiros; saiba como se proteger
Da Redação | Com informações da SSP-SP | Foto: Divulgação

A facilidade de realizar compras pela internet trouxe conveniência para muitos consumidores, mas também aumentou os riscos de fraudes, com destaque para o chamado "golpe da embalagem". Esse golpe ocorre quando os criminosos se aproveitam do descarte incorreto das embalagens de encomendas para extrair dados pessoais dos compradores. Um simples erro no descarte da embalagem pode permitir que criminosos acessem informações sensíveis como nome completo, CPF, telefone e endereço, usadas para aplicar golpes financeiros.
De acordo com o delegado Carlos Francisco de Miranda Santos, do 42º Distrito Policial (Parque São Lucas), em São Paulo, os dados são frequentemente capturados por meio de QR Codes ou códigos de barras presentes nas etiquetas das caixas. Caso a embalagem não seja descartada corretamente, permitindo que o golpista tenha acesso a essas informações, ele pode usar os dados para cometer fraudes financeiras, como abrir contas bancárias, solicitar cartões de crédito, fazer empréstimos ou realizar compras em nome da vítima.
"Conforme a tecnologia aumenta, também crescem as formas de praticar crimes eletrônicos. Com esses dados, os criminosos conseguem se passar pela vítima e realizar diversos golpes contra terceiros", explica o delegado.
Os criminosos também se utilizam de métodos como o envio de links falsos por mensagem de texto, conhecidos como phishing. Essas mensagens podem solicitar que a vítima clique em links para confirmar compras ou atualizar dados, quando, na verdade, são tentativas de roubar informações pessoais. "Jamais clique em links para confirmar uma compra e desconfie de mensagens que precisem de uma ação imediata", alerta o delegado. "As empresas já possuem seus dados e não precisam de confirmação após a compra."
O impacto do "golpe da embalagem" não se limita a fraudes bancárias e compras indevidas. A prática pode ser devastadora, já que muitas vezes resulta em endividamento e problemas com a identidade da vítima. No ano passado, o Brasil registrou 2 milhões de casos de estelionato, sendo 25% desses no ambiente virtual, conforme a Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado.
Prevenção e cuidados essenciais
Para evitar cair nesse tipo de golpe, o delegado recomenda que os consumidores tomem algumas medidas simples, como rasgar, picotar ou riscar as etiquetas e notas fiscais na hora de descartar a embalagem. A mesma atenção deve ser dada a caixas de celulares, eletrônicos e acessórios informáticos, que geralmente contêm o número de série e o IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel).
Além disso, é fundamental que os consumidores se mantenham alertas a mensagens suspeitas. Se receber algum tipo de comunicação estranha, a recomendação é entrar em contato diretamente com os canais oficiais das empresas envolvidas. Manter o computador e celular atualizados com os últimos sistemas operacionais e antivírus também é crucial para evitar vulnerabilidades.
Outros cuidados incluem não permitir que entregadores tirem fotos do seu rosto, já que imagens podem ser usadas para reconhecimento facial em crimes como invasão de contas bancárias.
O que fazer caso você caia no golpe
Se você foi vítima do golpe, o primeiro passo é verificar se há alguma movimentação financeira estranha, como boletos não reconhecidos ou aberturas de contas em seu nome. A recomendação é consultar o Serasa e registrar um boletim de ocorrência, que pode ser feito online ou presencialmente. "Há uma estimativa de que os crimes não registrados sejam cinco vezes maiores do que os que possuem registro", afirma o delegado.
Outras ações incluem notificar imediatamente o banco para bloquear contas e cartões, monitorar as compras e mudar as senhas de contas online regularmente, preferencialmente a cada seis meses.
O "golpe da embalagem" é investigado pelas delegacias seccionais, e, em casos mais graves, a investigação pode ser encaminhada para a Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber) da Polícia Civil de São Paulo. A conscientização da população é essencial para combater esse crime crescente e proteger dados pessoais de forma eficaz.
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