Economia • 11:10h • 28 de outubro de 2024
Geração Z e o mercado de trabalho: desafios e adaptações necessárias
Especialista da USP destaca a importância de entender as expectativas e necessidades dos jovens profissionais
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Arquivo/Âncora1
A professora Adriana Cristina Ferreira Caldana, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, destaca a importância de as empresas se prepararem para a entrada da Geração Z no mercado de trabalho. Essa geração, composta por indivíduos nascidos entre 1997 e 2010, deve representar aproximadamente 30% da força de trabalho mundial até o próximo ano.
Em uma análise sobre a pesquisa da plataforma Intelligent, que revelou que seis em cada dez empregadores demitiram jovens recém-formados, a professora aponta que os principais motivos para essas demissões incluem falta de motivação ou iniciativa (50%), comunicação deficiente (39%) e ausência de profissionalismo (46%). “Hoje, as gerações duram cerca de cinco anos, e isso é suficiente para provocar mudanças de lógica e valores no que aquele grupo espera da vida”, explica Adriana.
A especialista observa que a Geração Z, frequentemente considerada imediatista, enfrenta desafios relacionados à angústia e ansiedade, questões que muitas vezes as empresas não conseguem abordar adequadamente. “Não se trata de despreparo, mas de uma perspectiva diferente sobre o tempo e as expectativas”, comenta.
Além disso, a pesquisa indica que a chegada dessa nova geração demanda uma reestruturação no mercado de trabalho. Adriana ressalta que a presença da inteligência artificial generativa e a mudança nos modelos de trabalho exigem que as empresas se adaptem. “Aquelas que permanecerem ancoradas em modelos tradicionais, com controle rígido de horários e trabalho presencial, enfrentarão dificuldades com a chegada da Geração Z”.
Aspectos emocionais e perspectivas para o futuro
A professora também alerta para a necessidade de a Geração Z desenvolver habilidades emocionais. “Esses jovens são competentes em trabalhos ágeis e tecnológicos, mas enfrentam dificuldades para lidar com aspectos emocionais. As empresas precisam oferecer mais mentorias e criar ambientes de trabalho flexíveis, como horários adaptáveis e semanas compactas”, afirma.
Adriana aponta que muitos jovens, tanto do ensino superior quanto fundamental, têm dificuldade em visualizar um futuro promissor. “Em um cenário onde ser influencer digital parece oferecer ganhos rápidos, é desafiador para eles entenderem que dedicação e estudo são fundamentais para o sucesso”. A professora defende que o papel das universidades é crucial para instigar os jovens a refletirem sobre problemas reais do mundo, oferecendo formação complexa e preparando-os para o mercado de trabalho.
A análise da professora Adriana Caldana revela que a adaptação às novas gerações não é apenas uma questão de mudança de práticas empresariais, mas também de compreender e apoiar o desenvolvimento emocional e profissional dos jovens que estão ingressando no mercado.
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