Ciência e Tecnologia • 16:03h • 12 de julho de 2025
Genética ajuda a personalizar treinos e otimizar ganho de massa muscular
Testes de DNA indicam predisposição para hipertrofia e ajudam a evitar frustrações, mostrando quais exercícios são mais eficazes para cada pessoa
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Experta Media | Foto: Divulgação

Por que algumas pessoas ganham massa muscular rapidamente, enquanto outras parecem lutar sem resultados? A resposta pode estar no DNA. A ciência já demonstrou que a genética influencia de forma decisiva a forma como o corpo reage ao treinamento de força, determinando desde a composição das fibras musculares até a produção de hormônios essenciais para a hipertrofia.
Segundo especialistas, todos possuem genes relacionados ao ganho de massa magra, mas a ativação desses genes varia muito de pessoa para pessoa. Em entrevista à imprensa, o Dr. José Maria Santarem, doutor em medicina pela USP e consultor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), explica que apenas 25% da população possui uma ativação gênica hipertrófica eficiente, aumentando a massa muscular com facilidade. Já metade apresenta uma resposta moderada, enquanto 25% têm grande dificuldade para hipertrofia, mesmo com treino intenso.
Essas diferenças biológicas estão relacionadas também ao biótipo corporal. Os mesomorfos, por exemplo, têm estrutura óssea mais robusta e maior facilidade para desenvolver massa muscular, enquanto os ectomorfos, com ossatura mais fina, podem precisar de estratégias específicas para estimular o crescimento muscular.
Para entender melhor essas predisposições, muita gente tem recorrido aos testes genéticos. Esses exames analisam o DNA em busca de variantes que influenciam a capacidade de ganhar massa magra, identificar a propensão a atividades de força ou resistência, e até mesmo como o corpo absorve certos nutrientes importantes para o desempenho.
Um estudo da Genera mostrou que mais de 80% das pessoas testadas tinham predisposição para melhor desempenho em atividades de força, como musculação e crossfit. Além disso, 71% se beneficiariam de um plano que combinasse treino adequado e alimentação direcionada. Outra descoberta importante foi que cerca de 33% tinham menor capacidade cardiorrespiratória, dado útil para orientar treinos aeróbicos e de resistência.
Para os especialistas, esses dados não devem desanimar ninguém, mas sim servir como uma bússola para orientar o treino de forma mais individualizada. “Saber dessas predisposições pode evitar frustrações e, mais importante, permitir ajustes inteligentes no plano de treino. Mesmo quem tem dificuldade para hipertrofia pode obter resultados melhores com o estímulo certo”, enfatiza o Dr. Santarem.
Em um cenário em que personal trainers, nutricionistas e profissionais de saúde buscam oferecer planos cada vez mais personalizados, os testes genéticos surgem como uma ferramenta a mais para entender o corpo de forma única. Afinal, quando o objetivo é qualidade de vida e resultados consistentes, autoconhecimento é essencial.
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