Cultura e Entretenimento • 17:02h • 01 de maio de 2025
Gagacabana: fãs explicam histeria e gratidão por Lady Gaga
Diva pop tocou LGBTQIA+ com mensagem de empoderamento e liberdade
Da Redação com informações de Agência Brasil | Foto: SuperVia/Divulgação

“Eu sou linda do meu jeito, porque Deus não comete erros. Eu nasci assim.” O refrão de Born This Way, de Lady Gaga, virou lema de vida para muitos fãs que, nesta semana, celebram a chegada da diva pop ao Brasil. O aguardado show gratuito acontece no sábado (3), na Praia de Copacabana, e deve reunir 1,6 milhão de pessoas — número que ilustra não apenas o sucesso da artista, mas o impacto emocional que ela exerce sobre seu público, especialmente a comunidade LGBTQIA+.
Para muitos fãs, Gaga é mais que uma artista: é símbolo de acolhimento, força e representatividade. É o caso de Yasmin Gaga, produtora de moda e mulher trans, que encontrou na música da cantora o impulso necessário para iniciar sua transição. “Quando ouvi Born This Way, entendi que eu era válida do jeito que sou. As músicas dela me sustentaram”, lembra Yasmin, que há dez anos se apresenta como cover da cantora.
Na última terça-feira (29), Yasmin abriu um desfile com drag queens, mulheres trans e fãs da cantora na movimentada estação Central do Brasil. O evento foi promovido pela Supervia, pelo programa estadual Rio Sem LGBTIfobia e pelo Grupo Arco-Íris, e transformou o terminal em uma verdadeira passarela de inclusão, com mais de 20 artistas exibindo looks inspirados na estrela pop. “Ela levanta a bandeira trans desde o início. Representá-la é um ato político”, afirma Yasmin.
A artista drag Karina Karão também participou do evento e comemorou a valorização da arte drag que a presença de Gaga proporcionou: “Ela tem o efeito drag. Tudo nela incomoda — e tudo que incomoda, transforma.” Para Karina, a chegada da cantora movimentou a economia criativa, abrindo portas para ações publicitárias e novas oportunidades para artistas independentes.A drag Danny D’Avalon, diretora artística do Grupo Arco-Íris, desfilou com um figurino inspirado no icônico look rosa-choque de Gaga no Met Gala de 2019. Para ela, a pluralidade estética da cantora é reflexo de seu alcance entre fãs diversos. “Entre 20 drags, quase todas tinham mais de um look dela. Isso mostra como Gaga representa muitas versões de si mesma — e de nós.”
A empolgação com a chegada da artista transformou o centro do Rio. Na Rua Senhor dos Passos, loja de acessórios e roupas inspiradas em Gaga virou ponto de peregrinação para fãs — os little monsters. Entre eles está o publicitário Lucas Braga, de 28 anos, que viajou de Brasília só para ver o show. “Quando ela lançou Born This Way, salvou minha vida. Foi ela quem me ajudou a aceitar minha sexualidade”, conta Lucas, que tatuou o nome do álbum na perna.
Gaga, que desde o início da carreira atua em defesa da diversidade, mantém com sua mãe a Fundação Born This Way, voltada à saúde mental de jovens LGBTQIA+. Em shows e premiações, sua postura política é firme: ela já pediu o impeachment de Donald Trump e denunciou, em um palco russo, o tratamento opressor contra pessoas LGBTQIA+. Recentemente, ao receber um Grammy, declarou: “Pessoas trans não são invisíveis.”
Para Ernane Alexandre, superintendente de Políticas para LGBTI+ do estado do Rio, Gaga representa mais que entretenimento: ela fortalece lutas sociais. “Essas divas pop ajudam a impulsionar as políticas públicas. Lady Gaga é esperança.”
O show em Copacabana, previsto para começar às 21h15, promete ser o maior da cantora na América do Sul. Estima-se que 240 mil turistas — 80% estrangeiros — se unam ao público carioca, gerando um impacto econômico superior a R$ 600 milhões, 27,5% a mais que o show de Madonna em 2023.
A ansiedade dos fãs já provoca cenas inusitadas. Na segunda-feira (28), a comitiva do ministro das Relações Exteriores da Rússia, em visita ao Rio, foi confundida com a da cantora. “O Rio é assim mesmo! Tá todo mundo por aqui!”, brincou o prefeito Eduardo Paes nas redes sociais.
Entre os fãs que se aglomeram em frente ao Copacabana Palace na tentativa de vê-la está a confeiteira Clara Santos. Ela descobriu Gaga ainda adolescente e, ao se assumir lésbica, encontrou nas músicas da artista o acolhimento que não teve da família. “Ela me abraçou sem me conhecer. Foi a primeira vez que me senti bem na minha pele.”
A maré pop já tomou conta da cidade, e o ápice promete ser histórico. Para milhões de fãs, Lady Gaga é mais do que uma estrela internacional: é símbolo de amor próprio, resistência e transformação.
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