Mundo • 18:36h • 12 de novembro de 2025
Fracassar é preciso: como o erro se tornou o caminho mais seguro para o sucesso
Estudos de Harvard, Stanford e Deloitte mostram que aprender com falhas aumenta a resiliência, acelera a inovação e fortalece lideranças
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Mention | Foto: Divulgação
Durante décadas, errar foi sinônimo de fraqueza. A cultura do sucesso imediato transformou o fracasso em tabu, ignorando o valor das tentativas e das experiências que moldam o aprendizado. Mas esse paradigma vem mudando. Pesquisas internacionais mostram que o fracasso é parte essencial do crescimento pessoal e profissional, e que as maiores conquistas surgem justamente após as quedas.
De acordo com a Harvard Business Review, 84% dos executivos de alto desempenho afirmam que suas principais lições de liderança vieram de experiências de fracasso, não de sucesso. A Stanford University revelou que profissionais que falham e recomeçam têm 20% mais chances de êxito em novos projetos, por desenvolverem resiliência e maior tolerância à frustração.
Esses dados confirmam o que grandes nomes da história sempre mostraram na prática. Thomas Edison falhou mais de mil vezes antes de criar a lâmpada incandescente e costumava dizer que cada erro era apenas uma nova descoberta sobre o que não funcionava. Steve Jobs, demitido da própria empresa, transformou a derrota em reinvenção e mudou o rumo da tecnologia mundial. Henry Ford, antes de fundar sua montadora, viu duas empresas falirem. Já J.K. Rowling, rejeitada por 12 editoras, afirmou que o fracasso foi o alicerce de sua reconstrução.
Segundo o economista e ensaísta Nassim Nicholas Taleb, autor da teoria da antifragilidade, existem pessoas e sistemas que não apenas resistem ao caos, mas se fortalecem por causa dele. A psicóloga Carol Dweck, da Universidade Stanford, reforça a mesma ideia: indivíduos com mentalidade de crescimento, que enxergam o erro como oportunidade, apresentam 30% mais desempenho no longo prazo. E nas empresas, segundo o World Economic Forum, organizações que cultivam uma cultura de aprendizado e tolerância ao erro se recuperam 40% mais rápido de crises e apresentam maior engajamento interno.
Mesmo com tantas evidências, o medo de errar ainda é um obstáculo em muitos ambientes corporativos. O estudo da Deloitte Insights mostra que empresas que estimulam o chamado “erro produtivo” — ou seja, aprender rapidamente a partir das tentativas — implementam 50% mais inovações do que as que punem falhas. A Gallup constatou que equipes lideradas por gestores que compartilham seus próprios erros têm 37% mais engajamento e confiança.
Errar, portanto, é um ato de coragem. É reconhecer a queda, levantar-se com aprendizado e continuar o caminho com mais sabedoria. O sucesso não é a ausência de falhas, mas o resultado das vezes em que alguém decidiu não desistir. O fracasso, quando compreendido, deixa de ser o fim e se torna o ponto de virada que define os verdadeiros líderes e inovadores.
Como resume o especialista Éric Machado, CEO e consultor em Tecnologia da Informação e Supply Chain, com quase 30 anos de experiência: “Fracassar é cair, aprender é levantar, e crescer é continuar caminhando. Quem nunca errou, nunca ousou. E quem nunca ousou, dificilmente evoluiu.”
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