• Assis sedia seminário sobre os impactos das mudanças climáticas nas cidades nesta quarta-feira
  • Carreta “Nossa Energia” está em Florínea com serviços gratuitos e programação cultural
  • Semana em Assis será marcada por variação de temperaturas e pancadas de chuva na terça-feira
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 07:58h • 04 de março de 2025

Forma leve da Covid-19 pode causar desequilíbrio no sistema cardiovascular, revela estudo

Em estudo com 130 voluntários conduzido na UFSCar, foi observada diminuição drástica na capacidade de o coração se adaptar às demandas ambientais e fisiológicas

Agência SP | Foto: Andréia Machado Santos

Alguns voluntários apresentavam fatores de risco para doença cardiovascular, que aparentemente foram potencializados pela Covid-19.
Alguns voluntários apresentavam fatores de risco para doença cardiovascular, que aparentemente foram potencializados pela Covid-19.

Pessoas que tiveram Covid-19, incluindo quadros leves, tendem a apresentar no curto e médio prazo desequilíbrios no sistema cardiovascular, precisando buscar tratamento de reabilitação. Foi o que constatou um estudo com 130 voluntários conduzido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com apoio da Fapesp.

Segundo dados divulgados na revista Scientific Reports, os participantes testados até seis semanas após a infecção apresentaram uma diminuição drástica na variabilidade da frequência cardíaca (VFC), ou seja, na variação do tempo entre cada batimento do coração. Já aqueles testados nos períodos entre dois e seis meses ou entre sete e 12 meses após a infecção mostraram melhoras paulatinas, mas sem chegar ao patamar do grupo-controle (composto por pessoas não infectadas pelo SARS-CoV-2).

A VFC é considerada um bom indicador da saúde, pois sinaliza a capacidade do coração de se adaptar às demandas fisiológicas. Dessa forma, quanto menor for o índice, pior os ajustes da frequência cardíaca e a adaptação a estressores ambientais (situações de fuga, angústia e medo) e fisiológicos (inflamação sistêmica, característica da Covid-19, por exemplo).

“Este estudo reforça a necessidade de programas de reabilitação até para pessoas que tiveram Covid-19 leve e não foram hospitalizadas. Os participantes tinham em média 40 anos de idade e alguns apresentavam fatores de risco para doença cardiovascular, como colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade e hipertensão arterial. Aparentemente, a Covid-19 potencializou esse desequilíbrio cardiovascular e, por consequência, aumentou o risco de doenças”, conta Audrey Borghi Silva, coordenadora do Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar (Lacap) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O impacto da Covid-19 no controle autonômico cardíaco tem sido demonstrado em diversos estudos. “Nossa pesquisa contribui para a confirmação desse impacto e demonstra que ele pode acontecer também em indivíduos jovens ou de meia-idade que tiveram Covid-19 leve e não precisaram ser hospitalizados”, destaca Aldair Darlan Santos-de-Araújo, pesquisador da UFSCar e primeiro autor do artigo.

Descompasso

Além da menor variabilidade da frequência cardíaca, os pesquisadores observaram nos voluntários infectados pelo SARS-CoV-2 uma predominância do sistema nervoso simpático sobre o parassimpático. Estas são as duas faces do sistema nervoso autônomo, que controla as funções involuntárias do organismo, como a pressão arterial e a temperatura corporal. Enquanto o sistema parassimpático, entre outras tarefas, faz o coração desacelerar quando necessário, cabe ao simpático aumentar a frequência cardíaca em situações que envolvam perigo e medo, por exemplo.

“O bom funcionamento cardiovascular exige um equilíbrio entre esses dois mecanismos e, o que observamos, é que o impacto negativo da infecção pela Covid-19 nesses indivíduos provocou um desbalanço no sistema nervoso autonômico”, conta Santos-de-Araújo. “O padrão observado – de redução da variabilidade da frequência cardíaca e predominância do sistema nervoso simpático [ou redução da atividade parassimpática] – indica não apenas diminuição da modulação autonômica global, mas também sugere uma maior probabilidade de desfechos cardiovasculares desfavoráveis.”

Além disso, destacam os pesquisadores, os resultados inferem uma possível fase de transição da recuperação autonômica cardíaca, uma vez que os indivíduos avaliados no grupo com maior tempo de recuperação desde o diagnóstico apresentavam um comportamento melhor desse equilíbrio simpático-parassimpático.

“Esse efeito transitório pode ser observado com mais clareza no grupo avaliado mais precocemente [até seis semanas após a infecção], que apresentava pior variabilidade de frequência cardíaca, melhorando progressivamente com o tempo, contudo, não atingindo os níveis observados no grupo de participantes não infectados”, explica Santos-de-Araújo.

O estudo mostrou ainda que a dispneia (falta de ar) foi o sintoma mais comum entre os indivíduos com pior modulação autonômica cardíaca, mas não foi o único. “No grupo dos indivíduos monitorados no período mais próximo da infecção observamos maior percentual de tosse [47%], fadiga [50%], cefaleia [56%], ageusia [perda do paladar, 53%], ansiedade [62%], coriza [50%] e maior prevalência de indivíduos não vacinados [44%]”, conta Santos-de-Araújo.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Educação • 11:36h • 15 de setembro de 2025

Sai lista de cursos superiores semipresenciais autorizados pelo MEC

São 456 cursos superiores de bacharelado, licenciatura e tecnológicos

Descrição da imagem

Mundo • 11:05h • 15 de setembro de 2025

Proibição de anestesia para tatuagem reparadora gera críticas de especialistas

Resolução do CFM restringe procedimentos mesmo em casos de reconstrução de aréola e cobertura de cicatrizes, levantando debate sobre direitos de pacientes

Descrição da imagem

Educação • 10:45h • 15 de setembro de 2025

Educação vai oferecer plataforma de aprendizado de matemática para municípios paulistas

Matific já está disponível para mais 1,8 milhões de estudantes do Ensino Fundamental da rede estadual

Descrição da imagem

Saúde • 10:18h • 15 de setembro de 2025

Sarna humana: médica explica riscos e cuidados com peças de vestuário infantil

Higienizar peças recém-compradas é fundamental para evitar riscos, mesmo quando a transmissão da escabiose ocorre principalmente pelo contato direto

Descrição da imagem

Mundo • 09:51h • 15 de setembro de 2025

SP cria gabinete de crise diante do risco extremo de queimadas

Sala SP Sem Fogo prevê semana mais crítica da estiagem com altas temperaturas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar; secretários sobrevoaram neste domingo (14) incêndio em Cruzeiro

Descrição da imagem

Educação • 09:22h • 15 de setembro de 2025

Olimpíada Nacional de Eficiência Energética recebe inscrições até 30 de setembro

Competição premia estudantes do 8º e 9º ano e seus professores e incentiva o uso consciente da energia elétrica

Descrição da imagem

Cidades • 08:51h • 15 de setembro de 2025

AssisPrev realiza audiência pública para apresentação da prestação de contas de 2024 nesta terça

Encontro será no dia 16 de setembro, às 9h, na sede do Instituto, com participação aberta à população

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 08:29h • 15 de setembro de 2025

Assis sedia seminário sobre os impactos das mudanças climáticas nas cidades nesta quarta-feira

Evento será realizado no dia 17 de setembro, na FEMA, e reunirá especialistas para discutir estratégias de mitigação e adaptação

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?