Ciência e Tecnologia • 11:50h • 18 de setembro de 2024
Fiocruz desenvolve bioimpressora 3D com potencial para revolucionar transplantes
Tecnologia de baixo custo permite criação de tecidos biológicos e pode transformar áreas da saúde humana, veterinária e até a indústria de alimentos
Da Redação | Com informações da Fiocruz e Governo do Estado de SP | Foto: Josué Damacena
A Fiocruz, em parceria com a Universidade Veiga de Almeida (UVA), está à frente de um projeto inovador que promete transformar a produção de tecidos biológicos. Através da bioimpressão 3D, cientistas desenvolveram uma impressora de baixo custo e código aberto que utiliza biotinta para criar estruturas tridimensionais, semelhantes a tecidos do corpo humano. Essa tecnologia, batizada de Sandres, já está disponível na internet e tem o potencial de impactar áreas como saúde, pesquisa biomédica e até a indústria de alimentos.
Ao contrário das impressoras 3D convencionais, que utilizam plásticos, a bioimpressora usa uma biotinta composta de células vivas envoltas em um hidrogel de biopolímeros. Esse material, rico em proteínas como o colágeno, permite a adesão das células, criando um ambiente semelhante ao do organismo. Segundo o pesquisador Luiz Anastácio Alves, do Laboratório de Comunicação Celular da Fiocruz, a bioimpressão facilita a criação de estruturas complexas, permitindo resultados mais fidedignos em pesquisas clínicas e a possibilidade de transplantes no futuro.
O projeto já demonstrou sucesso na produção de tecidos como pele e cartilagem, abrindo caminho para o desenvolvimento de órgãos mais complexos, como coração e pulmões. Além disso, a tecnologia contribui para a redução do uso de animais em testes, sendo uma ferramenta essencial para ensaios toxicológicos e desenvolvimento de novos medicamentos.
Com um custo estimado em apenas mil reais, a bioimpressora foi construída com materiais reciclados, facilitando o acesso a grupos de pesquisa com poucos recursos. O desenvolvimento de biotintas compatíveis com tecidos humanos e animais também está nos planos dos pesquisadores, expandindo ainda mais o alcance dessa inovação.
A expectativa é que o projeto, que pode gerar a primeira spin-off da Fiocruz, continue a crescer, impulsionado pela alta demanda no mercado global de bioimpressão, que deve atingir 6 bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Política
Adestrador Marcondes apresenta projetos para causa animal em Assis
Iniciativas visam promover a saúde pública, bem-estar animal e responsabilidade social