Responsabilidade Social • 11:08h • 07 de julho de 2025
Férias escolares com pais separados: como garantir o bem-estar emocional das crianças no revezamento
Especialista alerta para a importância de colocar as necessidades infantis acima dos conflitos pessoais, com planejamento, diálogo e respeito durante o período de férias
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

As férias escolares representam um desafio extra para famílias em que os pais vivem separados. A necessidade de dividir o tempo entre diferentes casas e reorganizar a rotina pode gerar insegurança, ansiedade e até sintomas físicos em crianças, como insônia e dores de cabeça. Em um cenário de mudanças, especialistas defendem que o cuidado com o planejamento emocional deve andar lado a lado com o logístico.
Danielle Admoni, psiquiatra geral e da infância e adolescência, supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) e especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), destaca que o principal é lembrar que os conflitos do ex-casal não devem envolver os filhos. Para ela, discussões por “birra” ou para dificultar mudanças combinadas só prejudicam a criança. “Não precisa ser amigo do ex, mas para os filhos é muito melhor que haja pelo menos uma convivência harmoniosa”, explica.
Um estudo publicado em maio de 2025 na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação (REASE) reforça esse cuidado. A pesquisa mostra que os efeitos do divórcio sobre os filhos dependem de fatores como idade, intensidade dos conflitos e qualidade da parentalidade após a separação. Entre os pontos fundamentais estão a manutenção de vínculos afetivos seguros, a preservação de rotinas e a comunicação respeitosa entre os pais. O artigo também aponta que, embora a separação represente uma ruptura, ela pode ser conduzida de forma respeitosa e corresponsável, transformando-se em uma oportunidade de fortalecer laços familiares em novas configurações.
Para tornar o período de férias mais tranquilo, especialistas indicam algumas práticas
Planejar com antecedência, ser flexível com imprevistos, evitar competição entre os pais sobre quem oferece a experiência mais divertida, avisar previamente sobre mudanças, permitir contato livre com o outro genitor, manter rotinas básicas e ouvir o que a criança deseja, sempre respeitando sua idade e maturidade.
A psiquiatra Danielle Admoni lembra que as férias podem ser especialmente desafiadoras quando envolvem novas configurações familiares, como novos parceiros ou filhos de outros relacionamentos. Nesse contexto, é ainda mais importante que os adultos tirem o foco dos próprios conflitos e priorizem as necessidades emocionais das crianças. Afinal, a forma como esses períodos compartilhados são conduzidos deixa marcas que podem ser boas ou ruins na memória afetiva de cada filho.
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