Responsabilidade Social • 11:58h • 02 de outubro de 2024
Expansão da produção de biometano pode gerar 20 mil empregos no Estado de SP
Desenvolvimento do setor reduziria 16% em emissões, contribuindo na mitigação das mudanças climáticas e no fortalecimento da economia
Da Redação com informações da Semil | Foto: Divulgação
Um estudo inédito detectou um grande potencial para a cadeia do biometano no estado de São Paulo. Com a adoção de incentivos, investimentos e políticas de fomento, o setor pode gerar até 20 mil empregos diretos, indiretos e induzidos com o aumento da produção desse combustível renovável, além de contribuir para a redução dos gases de efeito estufa.
A pesquisa destaca que a capacidade instalada ou em instalação atualmente no Estado é de 0,4 milhão de m³ por dia. Com o desenvolvimento da cadeia de biometano, a oferta potencial é estimada em 6,4 milhões de m³ por dia – ou seja, 16 vezes da capacitada atual. A maior parte desse gás (84%) pode vir do setor sucroenergético – ou seja, do aproveitamento da cana-de-açúcar. Outros 16% podem ser gerados nos aterros sanitários, a partir da decomposição da matéria orgânica.
Essa produção potencial de 6,4 milhões de m³ por dia equivale a cerca de 40% do consumo total de gás natural em São Paulo e a 25% do consumo de óleo diesel no setor de transportes, incluindo veículos pesados. O biometano é, portanto, um combustível com menor pegada de carbono que pode contribuir para reduzir o aquecimento global.
O biometano é um gás obtido a partir do processamento do biogás. Por sua vez, o biogás é originário da decomposição da matéria orgânica por ação de bactéria e é composto principalmente de metano e dióxido de carbono (CO2). A purificação do biogás resulta no biometano com elevado teor de metano em sua composição, reunindo características que o torna intercambiável com o gás natural em todas as suas aplicações ou então passível de ser transportado na forma de gás comprimido ou de gás liquefeito.
“Temos um potencial enorme em relação ao biometano. Precisamos olhar essa potencialidade, as oportunidades, entender onde estão os gargalos, onde eventualmente precisamos melhorar nossa infraestrutura. Daí a importância desse estudo, para podermos dar o passo seguinte, avançando em políticas públicas robustas, na parte regulatória e no licenciamento ambiental, para que o investidor tenha segurança jurídica e previsibilidade para investir no estado de São Paulo”, ressaltou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, Natália Resende.
O projeto teve como objetivo identificar barreiras ao desenvolvimento da cadeia do biogás e biometano, além de embasar a criação de políticas públicas que promovam o crescimento do setor. As etapas incluíram diagnóstico técnico e de mercado, levantamento e análise de medidas de incentivo e sugestões de priorização dessas medidas. O estudo aponta, entre os principais resultados, que a substituição do diesel por biometano pode contribuir com a redução de 5,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) para as metas de descarbonização do estado até 2050, representando 3,7% da meta estabelecida. Se for considerado todo o ciclo de vida, desde o uso dos resíduos na produção até o consumo do biometano no setor de transportes, a redução pode chegar a 24,5 milhões de tCO2e (16% da meta estadual).
Com um potencial que pode alavancar uma nova indústria ligada à bioeconomia, o estudo aponta que São Paulo deve se posicionar como líder na transição energética, desenvolvendo um mercado de biometano estratégico para a descarbonização da indústria e do setor de transportes e o alcance das metas de redução de gases de efeito estufa.
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