Mundo • 16:13h • 10 de outubro de 2025
Exigências da Anvisa e do CFM para transplante capilar no Brasil não se aplicam às clínicas da Turquia
Médicos reforçam que o procedimento é uma cirurgia e deve ser realizado apenas por profissionais habilitados em ambiente adequado
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da AFonte Comunica | Foto: Divulgação

Nos últimos anos, a Turquia se tornou referência mundial em transplante capilar, atraindo pacientes de diversos países, inclusive do Brasil, por pacotes com preços acessíveis e turismo médico. No entanto, especialistas e órgãos reguladores brasileiros alertam: o baixo custo não compensa os riscos.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o transplante capilar é um ato cirúrgico e deve ser realizado exclusivamente por médicos qualificados, em clínicas ou hospitais com estrutura adequada para garantir a segurança do paciente.
“O transplante capilar é uma cirurgia que envolve a extração individual de folículos capilares da área doadora, geralmente da nuca, e o implante em regiões calvas”, explica o cirurgião Thiago Bianco Leal. “Durante todo o procedimento, o paciente deve estar sob acompanhamento de um médico anestesista, com sedação leve, e contar com uma equipe completa de suporte, o que nem sempre acontece em clínicas fora do Brasil”, completa.
Risco de procedimentos sem supervisão médica
Segundo o especialista, uma das principais diferenças entre o Brasil e a Turquia está na fiscalização e na formação das equipes. “Em alguns países, como a Turquia, há casos de transplantes realizados por técnicos ou profissionais não médicos, o que representa um risco grave à saúde do paciente. No Brasil, isso é proibido e pode configurar crime de exercício ilegal da medicina”, alerta.
O pós-operatório também exige atenção. “Aqui, o paciente tem acompanhamento contínuo, acesso a retornos e orientações médicas. Quem faz o procedimento fora do país muitas vezes não tem esse suporte, o que pode comprometer o resultado e gerar complicações. É comum recebermos pacientes que fizeram o transplante fora e se arrependem, buscando correção no Brasil”, observa Bianco Leal.
Crescimento da busca por transplantes capilares
Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS) mostram uma mudança no perfil de quem busca esse tipo de procedimento. Em 2024, a maioria dos pacientes submetidos à primeira cirurgia de restauração capilar tinha entre 20 e 35 anos, e o número de mulheres que recorreram ao transplante cresceu 16,5% em relação a 2021.
A tendência reforça a importância de se buscar clínicas regulamentadas e profissionais experientes, uma vez que a procura precoce tem ampliado o número de cirurgias realizadas em condições inadequadas.
Segurança e regulamentação
As orientações da Anvisa e do CFM são claras: o transplante capilar deve ocorrer apenas em locais com condições sanitárias adequadas, equipamentos para emergências médicas e profissionais devidamente habilitados.
“É fundamental entender que estamos falando de um procedimento invasivo. A escolha por clínicas autorizadas assegura não apenas um resultado natural, mas, principalmente, a proteção da saúde e a segurança do paciente”, reforça Bianco Leal.
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