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Saúde • 08:25h • 14 de agosto de 2025

Exercícios isométricos são alternativa no enfrentamento da hipertensão arterial

Ao contrário do exercício aeróbico tradicional, isometria não envolve deslocamento, corrida ou grande carga cardiovascular - basta contrair um grupo muscular e manter essa tensão por um determinado tempo, de forma estática

Agência SP | Foto: Arquivo Âncora1

Embora promissores, os exercícios isométricos não substituem o tratamento medicamentoso.
Embora promissores, os exercícios isométricos não substituem o tratamento medicamentoso.

Silenciosa, mas perigosa, a hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, afeta um em cada três adultos e está diretamente associada ao risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e outras complicações. Nesse contexto, marcado principalmente por desigualdades no acesso à saúde, a ciência tem voltado sua atenção para soluções simples, acessíveis e baseadas em evidências, como os exercícios isométricos, um tipo de contração muscular sem movimento articular que pode ajudar a controlar a pressão arterial sem sair de casa.

Estudos publicados no British Journal of Sports Medicine apontam que os exercícios isométricos podem gerar uma redução significativa da pressão arterial sistólica (valor mais alto registrado durante a medição da pressão arterial), especialmente quando realizados com regularidade por seis a oito semanas. Mas por que funcionam? “De um modo geral, o que se sabe do ponto de vista funcional é que, no momento da atividade isométrica, a pressão arterial se eleva mais do que naquelas atividades aeróbicas, mas, posteriormente, é benéfica e importante no controle da pressão arterial como um todo”, explica o cardiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP Fernando Nobre.

Além disso, o médico aponta que os efeitos desses exercícios são sentidos até no período do sono: “No dia em que o exercício físico é feito, com monitorização de pressão de 24 horas, a pressão é mais baixa sobretudo no período em que o indivíduo dorme”. Esse período noturno é considerado crítico no prognóstico da hipertensão. A redução da pressão durante o sono é um indicativo de resposta positiva ao tratamento medicamentoso ou não.

Exercício sem movimento, mas com resultado

Ao contrário do exercício aeróbico tradicional, a isometria não envolve deslocamento, corrida ou grande carga cardiovascular. Basta contrair um grupo muscular e manter essa tensão por um determinado tempo, de forma estática. É o caso da prancha abdominal, do agachamento com as costas apoiadas na parede (o chamado wall sit) ou do hand grip, aparelho simples de preensão manual. “Esse tipo de exercício pode ser realizado por indivíduos com baixa atividade física habitual, indivíduos fisicamente inativos, as pessoas idosas, pessoas com mobilidade reduzida e até gestantes que não tenham nenhuma contraindicação para realização de atividades físicas”, explica a professora Camila de Moraes da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP.

Além de acessíveis, esses exercícios têm protocolos simples e de curta duração, fatores que contribuem para a adesão de quem tem baixa aptidão física. “Essa é uma possibilidade bastante destacada por especialistas. Esse tipo de exercício tem algumas vantagens, como baixo custo, não há necessidade de equipamentos extremamente sofisticados. Eles podem ser feitos em sessões em casa ou até em locais comunitários”, completa Camila.

Cuidados essenciais

Apesar da praticidade, os exercícios isométricos não estão isentos de riscos. Por isso, o primeiro passo é a avaliação médica, como destaca o cardiologista: “Não é recomendável que as pessoas façam isso sem orientação profissional. Primeiro, uma avaliação médica apropriada, em geral do cardiologista, para depois fornecer elementos para o educador físico ou fisioterapeuta, que vão promover a execução das atividades com segurança.”

A recomendação também vale para pessoas com comorbidades ou que já enfrentam complicações da hipertensão, como alterações cardíacas ou vasculares. A educadora Camila de Moraes reforça: “Todos os indivíduos que têm uma condição especial de saúde, como indivíduos hipertensos, por exemplo, precisam ter a doença controlada. No caso da hipertensão arterial, geralmente via medicamentos, e principalmente os indivíduos que não têm grandes variações de pressão arterial durante o dia”. Ainda segundo a especialista, é recomendado também atenção ao realizar os exercícios, principalmente quando houver qualquer sinal de tontura, falta de ar ou dor no peito.

Embora promissores, os exercícios isométricos não substituem o tratamento medicamentoso e essa distinção é essencial, alerta Nobre: “Não se pode comparar se exercício é melhor do que medicamentos, cada um tem o seu papel. De um modo geral, o benefício na redução numérica da pressão é sempre maior com medicamentos do que qualquer uma das intervenções não medicamentosas passíveis de serem feitas”.

Ainda assim, o cardiologista reforça que a prática de atividade física é recomendada pelas diretrizes clínicas como método complementar. “As diretrizes sempre recomendam a atividade física como uma composição entre exercícios aeróbicos e exercícios isométricos ou de resistência.”

A inclusão dos exercícios isométricos em programas de saúde pública pode ser uma estratégia eficaz de baixo custo, especialmente para populações com menor acesso a medicamentos ou academias. Mas, como qualquer intervenção de saúde, a prática deve ser individualizada, orientada e inserida em um conjunto mais amplo de cuidados que envolvem alimentação, controle do estresse, cessação do tabagismo e acompanhamento médico contínuo. “A atividade física deve ser adequada às condições individuais de quem vai praticá-la”, finaliza o professor.

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