Educação • 07:56h • 13 de novembro de 2025
Etec de Ribeirão Pires cria sistema com IA para o bem-estar de idosos
Sistema ‘Cuid.AI’ permite a identificação de gestos, envia alertas para cuidadores e prevê, no futuro, novas funcionalidades como detecção de quedas e controle de medicação
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Roberto Sungi/Divulgação
Criado por estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Professora Maria Cristina de Medeiros, de Ribeirão Pires, o Cuid.AI – Auxílio para Idosos é um sistema que utiliza Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) para facilitar a comunicação entre idosos e cuidadores. A solução reconhece gestos específicos, envia alertas em tempo real e promove mais autonomia, segurança e bem-estar, especialmente em situações em que há limitações de fala ou mobilidade.
O projeto foi o grande vencedor, em outubro, da 16ª edição da Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), entre centenas de trabalhos inscritos em todo o Estado de São Paulo. As alunas Letícia Nascimento de Almeida, Carolina Marzinoti Libarino e Raphaela Rodrigues Luvizotto foram premiadas com um intercâmbio no Reino Unido, previsto para o primeiro semestre de 2026, além de R$ 10 mil para investir na evolução técnica do sistema.
Funcionamento do sistema
Diante do envelhecimento acelerado da população brasileira, crescem as demandas por soluções tecnológicas voltadas ao cuidado assistencial. O Cuid.AI foi desenvolvido para atender a essa necessidade, oferecendo um meio de comunicação alternativo baseado em movimentos corporais.

O sistema identifica três gestos pré-definidos, associados a diferentes níveis de necessidade do usuário
O sistema identifica três gestos pré-definidos, associados a diferentes níveis de necessidade do usuário. Para o reconhecimento dos movimentos foram utilizados os frameworks YOLOv5 (para detecção de objetos em imagens e vídeos)e MediaPipe (ferramenta para personalizar modelos de aprendizado de máquina), sendo este último adotado como solução principal pela precisão verificada durante os testes.
A arquitetura do projeto integra detecção em tempo real e transmissão de dados via protocolo MQTT para um sistema Arduino, conectado a um dashboard web. Isso permite que os cuidadores recebam os alertas instantaneamente, mesmo a distância, agilizando o atendimento e aumentando a segurança dos idosos.
Próximos passos
Com os resultados positivos da Feteps, o grupo já se prepara para a próxima fase de desenvolvimento, mirando inovações que tornam o sistema ainda mais completo e acessível.
Entre as melhorias previstas estão a implementação de um sistema de detecção de quedas, que emitirá alertas sonoros automáticos em situações de emergência, e a criação de uma agenda automatizada de medicação, que ajudará os idosos a manterem o controle dos horários e da adesão ao tratamento.
Como alternativa em casos de limitação de movimentos, também será incorporado um recurso de reconhecimento facial de sentimentos, permitindo avaliar o estado emocional do usuário e oferecer respostas mais humanizadas às suas necessidades.
“O projeto também abre caminho para futuras evoluções, como o reconhecimento de emoções na impossibilidade de movimentar membros superiores para a identificação de suas necessidades. Isso amplia ainda mais seu potencial de impacto social”, ressalta um dos orientadores da equipe, professor Anderson Silva Vanin.
Além disso, o grupo trabalha no desenvolvimento de um aplicativo móvel para tornar o sistema mais acessível e portátil e na expansão das funcionalidades do site, transformando-o em um painel completo de monitoramento e comunicação entre idosos, cuidadores e familiares.
Origem da ideia
Segundo as autoras, a motivação para criar o Cuid.AI veio da vivência familiar e do contato direto com a realidade dos idosos. A convivência com os avós despertou nelas a percepção das dificuldades enfrentadas diariamente por pessoas da terceira idade, especialmente em situações de emergência ou solidão.
“Acompanhamos diariamente a realidade deles. Então unimos o útil ao necessário e criamos o Cuid.AI”, explica Carolina Libarino. “Recebemos sugestões durante a feira, e agora é estudar mais e usar o recurso financeiro do prêmio para investir no projeto e buscar ajudar mais pessoas”, completa.
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