Ciência e Tecnologia • 14:30h • 25 de julho de 2024
Estudo da Nasa sobre 'Brasil inabitável' em 50 anos: entenda os fatos
Previsões de calor extremo destacam vulnerabilidades climáticas e urgência de ação global
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Arquivo

Um estudo citado pela Nasa, liderado pelo cientista Colin Raymond e publicado em 2020 na revista Science Advances, previu que áreas do Brasil poderiam se tornar inabitáveis até 2070 devido ao calor extremo provocado pelas mudanças climáticas.
A pesquisa original, no entanto, não menciona especificamente o Brasil. Em março de 2022, um blog da Nasa destacou o Brasil como uma das regiões vulneráveis ao calor mortal, gerando grande repercussão na mídia brasileira.
O estudo mapeou eventos de calor extremo entre 1979 e 2017, onde a alta umidade e temperaturas acima de 35ºC impedem o resfriamento do corpo pelo suor, trazendo riscos de morte.
O climatologista Carlos Nobre esclareceu que essas previsões não são novas e que desde 2010 cientistas vêm alertando sobre as regiões tropicais e de latitudes médias que podem se tornar inabitáveis com um aumento de 4ºC acima dos níveis pré-industriais. Fernando Cesario, da The Nature Conservancy, reforçou que o estudo antecipa eventos extremos para as próximas décadas, destacando áreas urbanizadas e regiões costeiras brasileiras como as mais afetadas.
Nos Estados Unidos, o calor extremo foi a principal causa de morte relacionada ao clima entre 1991 e 2020. Outro estudo, liderado por Camilo Mora, da Universidade do Havaí, encontrou 783 casos de calor extremo com morte em 164 cidades e 36 países, indicando que 30% da população mundial já enfrenta situações limites de calor em pelo menos 20 dias ao ano. Até 2100, essa porcentagem pode aumentar para 48% em um cenário de redução de emissões e 74% se as emissões continuarem a crescer.
Para mitigar esses riscos, é essencial reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa e proteger florestas e áreas de vegetação. Carlos Nobre enfatizou a urgência de ação global para estabilizar e reduzir rapidamente as emissões, enquanto Fernando Cesario destacou a importância da preservação ambiental e do reflorestamento para capturar gases que aquecem a Terra.
A atual crise climática, impulsionada pela queima de combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, requer ações imediatas e coordenadas para evitar consequências catastróficas.
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