Ciência e Tecnologia • 09:36h • 29 de março de 2025
Estudo da Fiocruz aponta maior adesão ao PrEP injetável no combate ao HIV
Pesquisa realizada com 1,4 mil pessoas revela eficácia superior da versão injetável da profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir o HIV, especialmente entre jovens de minorias sexuais e de gênero
Da Redação | Com informações do CFF | Foto: Divulgação/CFF

Um estudo recente realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que a versão injetável da profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenção do HIV obteve uma adesão muito mais eficaz do que a versão oral, com resultados animadores para a saúde pública. A pesquisa foi apresentada durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas nos Estados Unidos e acompanhou 1.400 pessoas em seis cidades brasileiras entre outubro de 2023 e setembro de 2024.
O estudo ImPrEP CAB envolveu participantes com idades entre 18 e 30 anos, principalmente homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero ou não-binárias, que nunca haviam utilizado a PrEP e estavam em busca do medicamento ou testando a detecção do HIV. Os participantes tinham a opção de escolher entre a PrEP injetável, que consiste na aplicação bimestral do medicamento cabotegravir, e a versão oral tradicional, que exige o consumo diário de antiretrovirais.
Maior adesão e eficácia da versão injetável
Com 83% dos participantes optando pela versão injetável, o estudo mostrou que essa opção teve uma adesão impressionante de 94% dos usuários, garantindo que a maioria ficasse protegida contra o HIV durante quase todo o período do estudo, com nenhum deles testando positivo para o vírus. Em comparação, os que escolheram a versão oral apresentaram uma adesão bem inferior, com 58% dos dias de acompanhamento seguidos corretamente, resultando em uma infecção de HIV em uma pessoa deste grupo.
Além disso, os pesquisadores compararam os dados do estudo com os de cerca de 2.400 usuários da versão oral do PrEP no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse grupo, a taxa de adesão foi ainda mais baixa, de 48%, com nove casos de infecção por HIV, o que reforça os resultados da pesquisa sobre a superioridade da versão injetável.
O potencial da PrEP injetável para o Brasil
O Ministério da Saúde, embora acompanhando o estudo, ainda não anunciou uma previsão para a inclusão da versão injetável no SUS. Contudo, o PrEP, mesmo na versão oral, continua sendo considerado uma estratégia essencial na prevenção da infecção por HIV, com o Brasil atingindo 119 mil usuários de PrEP em 2025, um aumento significativo nos últimos três anos. O aumento de 2 mil casos de infecção por HIV no Brasil em 2023 reflete a necessidade urgente de estratégias mais eficazes, especialmente entre os jovens, faixa etária mais afetada pelo HIV.
A importância da adesão para a eliminação do HIV
O Brasil tem avançado no tratamento e na redução da mortalidade por AIDS, que caiu 32,9% entre 2013 e 2023, graças ao tratamento adequado e às campanhas de conscientização. A inclusão de opções mais eficazes, como o PrEP injetável, pode representar um novo passo no combate ao HIV, ajudando a aumentar as taxas de adesão ao tratamento e, consequentemente, a reduzir os índices de infecção entre as populações mais vulneráveis.
Com o PrEP injetável, o Brasil pode continuar a avançar em sua luta contra o HIV e contribuir para a eliminação da doença como um problema de saúde pública até 2030, como determinado pelas metas globais da Organização Mundial da Saúde.
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