Saúde • 10:08h • 28 de abril de 2025
Estudo britânico revela redução de até nove anos na expectativa de vida para adultos com TDAH
Pesquisa aponta que adultos com TDAH podem viver até nove anos a menos, com maiores riscos para mulheres; especialistas alertam para a urgência de tratamento integral
Da Redação | Com informações do CFF | Foto: Divulgação

Um estudo publicado no The British Journal of Psychiatry revelou que adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) têm, em média, uma expectativa de vida menor em comparação com a população geral. A pesquisa, conduzida no Reino Unido com mais de 330 mil participantes, apontou que a redução na longevidade pode chegar a sete anos para homens e até nove anos para mulheres. O estudo revela que fatores como tabagismo, comportamentos de risco e falta de suporte à saúde mental estão entre os principais responsáveis por essa mortalidade precoce.
Desigualdade no risco de morte precoce
A pesquisa mostrou que indivíduos com TDAH têm quase o dobro de chance de morrer prematuramente em comparação com aqueles sem o transtorno. Para os homens, o risco foi 1,89 vezes maior, enquanto para as mulheres, esse risco foi 2,13 vezes maior. A expectativa de vida média aos 18 anos foi reduzida em 6,78 anos para os homens (73 anos, comparado com 80 anos no grupo controle) e 8,64 anos para as mulheres (75 anos, contra 84 anos no grupo controle).
Comorbidades que agravam o quadro
O estudo também identificou que o TDAH está frequentemente associado a comorbidades como o uso problemático de substâncias, tabagismo e condições psiquiátricas, fatores que aumentam os riscos de doenças cardiovasculares e câncer. A Dra. Elizabeth O’Nions, principal autora do estudo, afirma que essa desigualdade precisa de atenção urgente. “A redução na expectativa de vida provavelmente está ligada a fatores modificáveis, não ao TDAH em si,” explicou.
A necessidade de tratamento integral
Especialistas afirmam que o diagnóstico e tratamento do TDAH são limitados, o que agrava o quadro de saúde dos pacientes. O psiquiatra Dr. Philip Asherson, do King’s College London, sublinhou que a falta de diagnóstico adequado e o tratamento inadequado são fatores que agravam a situação. A falta de acompanhamento contínuo e multidisciplinar aumenta os riscos associados ao transtorno.
A importância de políticas públicas eficazes
O estudo destaca a necessidade urgente de políticas públicas que ofereçam suporte integral às pessoas com TDAH, incluindo acompanhamento especializado e tratamento para as comorbidades associadas. “A mortalidade precoce não é inevitável. Melhorar o acesso a cuidados pode reverter parte desse cenário”, afirmou Dra. O’Nions.
Este estudo aponta para a importância de conscientizar sobre o TDAH e incentivar a busca por tratamentos adequados, para garantir que aqueles que sofrem com o transtorno tenham uma qualidade de vida melhor e uma expectativa de vida mais longa.
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