Responsabilidade Social • 08:23h • 23 de outubro de 2024
Estudo aponta transição energética sem expandir exploração do petróleo
Observatório do Clima propõe Brasil carbono negativo até 2045
Da Redação com informações da Agência Brasil | Foto: Acervo Âncora1
Um estudo divulgado na terça-feira (22) pela rede Observatório do Clima (OC) apresenta um caminho para que o setor energético brasileiro reduza em 80% as emissões anuais de gases de efeito estufa até 2050. A proposta inclui uma série de medidas que, ao longo de 26 anos, poderiam atender à demanda energética do país, com um crescimento médio do PIB de 2,1% ao ano, promovendo a transição para um modelo de baixo carbono.
Entre as ações sugeridas estão a eliminação de subsídios a combustíveis fósseis, mudanças no desenvolvimento energético e na Petrobras, o que permitiria ao Brasil atingir emissões de 102 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente no setor de energia em 2050, contra 558 milhões de toneladas caso essas ações não sejam implementadas.
Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do OC, destaca que essas iniciativas poderiam tornar o Brasil a primeira grande economia a sequestrar mais gases de efeito estufa do que emite, com o objetivo de alcançar um cenário de carbono negativo até 2045.
As diretrizes incluem a ampliação de energias renováveis como solar e eólica, desenvolvimento do hidrogênio verde, maior investimento em biocombustíveis e a eletrificação do transporte público coletivo, priorizando-o em relação ao transporte individual. Também propõem a redireção de subsídios para a transição energética e o fim da expansão da exploração de petróleo, como na Foz do Amazonas.
O estudo sugere transformar a Petrobras em uma empresa de energia focada em fontes de baixo carbono e reduzir gradualmente a produção de petróleo, mantendo seu valor de mercado. Além de promover uma economia de baixo carbono, essas medidas poderiam superar a pobreza energética e melhorar a eficiência na produção de energia.
O estudo também alerta para os impactos socioambientais das novas fontes de energia renovável e da mineração de metais estratégicos, que podem afetar populações tradicionais e gerar conflitos agrários, exigindo a participação das comunidades afetadas e um arcabouço regulatório robusto.
Entre as sugestões estão metas de redução da pobreza energética, acesso a energia para famílias de baixa renda, e o fim do uso de combustíveis fósseis na mobilidade pública. O transporte de passageiros é visto como uma área com grande potencial de redução rápida de emissões, enquanto o transporte de cargas, devido ao alto custo de eletrificação, apresenta maiores desafios.
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