Saúde • 10:40h • 19 de abril de 2025
Estudo aponta que PrEP injetável pode gerar mais adesão entre jovens que a oral
Estudo brasileiro mostra que a PrEP injetável é mais eficaz do que a oral na prevenção do HIV entre jovens. A pesquisa teve destaque em conferência internacional nos EUA
Da Redação com informações da Fiocruz | Foto: Arquivo Âncora1

Um estudo liderado pela Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde e outras instituições, mostrou resultados promissores no uso da PrEP injetável para prevenir o HIV entre jovens brasileiros. A pesquisa foi apresentada na 32ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), um dos principais eventos científicos da área, realizado em São Francisco (EUA).
O projeto, chamado ImPrEP CAB Brasil, avaliou a proteção contra o HIV entre jovens de 18 a 30 anos que fazem parte dos grupos mais vulneráveis ao vírus, como homens gays, bissexuais, pessoas trans e não-binárias. No total, participaram 1.447 pessoas de seis cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador, Manaus e Campinas.
Os participantes puderam escolher entre duas opções de prevenção: a PrEP oral (comprimidos diários) ou a versão injetável de longa duração. A maioria (83%) preferiu o esquema injetável, com o medicamento Cabotegravir, aplicado a cada dois meses. Os resultados mostraram uma taxa de proteção de 95% para quem usou a versão injetável, contra 58% entre os que optaram pela PrEP oral. Em um grupo de comparação fora do estudo, a taxa foi de 48%.
Outro dado importante: nenhum caso de infecção por HIV foi registrado entre os que usaram a PrEP injetável. Já no grupo de comparação, que usou a PrEP oral no SUS, foram nove infecções. Isso mostra a alta eficácia do medicamento injetável, que também apresentou boa adesão: 94% dos participantes seguiram corretamente o calendário das aplicações.
A infectologista Beatriz Grinsztejn, da Fiocruz e coordenadora do estudo, destacou que o modelo injetável é mais fácil de seguir, especialmente para quem tem dificuldades em manter o uso diário de comprimidos. Ela acredita que o Cabotegravir pode ser uma opção viável para o SUS, ampliando o acesso à prevenção em populações mais vulneráveis.
Segundo Beatriz, os resultados servem como base para que o Ministério da Saúde avalie a adoção dessa tecnologia no sistema público. O estudo foi tão bem recebido na conferência que os pesquisadores foram convidados a participar da coletiva de imprensa do evento.
Sobre a PrEP
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é uma estratégia de prevenção do HIV que consiste no uso de medicamentos antes da exposição ao vírus. A versão oral já está disponível no SUS, mas muitas pessoas têm dificuldade de seguir a rotina diária. A versão injetável, aplicada a cada dois meses, surge como uma alternativa mais prática e eficaz.
Próximos passos
O grupo de pesquisa já se prepara para uma nova fase: um estudo com o Lenacapavir, outro medicamento injetável, que será aplicado a cada seis meses. A nova pesquisa também será voltada a jovens entre 15 e 30 anos e será conduzida nos mesmos centros do ImPrEP CAB Brasil, com a inclusão de mais uma unidade em São Paulo.
Sobre a CROI
Criada em 1993, a CROI é um dos principais encontros científicos sobre HIV, hepatites, Covid longa, mpox e outras infecções. O evento reúne especialistas de todo o mundo para debater avanços em prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças.
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