Variedades • 15:36h • 11 de novembro de 2025
Estudo aponta que crianças que convivem com pets têm menos ansiedade e mais empatia
Contato com pets melhora a regulação emocional, estimula vínculos afetivos e reduz ansiedade infantil, mas requer supervisão e cuidados, orienta pediatra
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Playpress Assessoria | Foto: Divulgação
A convivência entre crianças e animais de estimação é um dos laços mais significativos do desenvolvimento infantil. De acordo com o pediatra do Desenvolvimento e Comportamento e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Dr. Renato Santos Coelho, o contato com pets vai muito além da diversão e do afeto, sendo um fator importante para o equilíbrio emocional, o aprendizado social e o fortalecimento de valores como empatia, responsabilidade e respeito.
“Os animais funcionam como companheiros não julgadores, que oferecem conforto, reduzem a solidão e estimulam a empatia. O simples ato de acariciar um pet está associado à diminuição da tensão e da ansiedade. A relação é intuitiva e recíproca: o animal aprende como a criança funciona e, com o tempo, passa a protegê-la física e emocionalmente”, explica o especialista.
Pesquisas científicas confirmam os benefícios dessa interação. Um estudo publicado na revista Preventing Chronic Disease (Public Health Research, Practice and Policy), com base em dados da publicação CABI Human Animal Interactions, acompanhou 643 crianças de 4 a 10 anos e constatou que aquelas que conviviam com cães apresentaram menores níveis de ansiedade e melhor regulação emocional.
Segundo o Dr. Renato, o impacto é ainda maior quando a criança cria vínculo afetivo e participa dos cuidados com o animal. “Essa interação desenvolve senso de pertencimento e reduz o tempo de exposição às telas, o que representa um ganho cognitivo e social importante”, afirma.
Espécies recomendadas
Cães e gatos são as espécies mais recomendadas para famílias com crianças, por terem comportamento mais sociável. Já coelhos, hamsters e peixes podem ser alternativas para espaços menores, embora proporcionem menor interação. O médico alerta que a escolha deve considerar o estilo de vida e o tempo disponível da família. “O pet deve ser uma fonte de alegria, não de estresse”, orienta.
O especialista recomenda que a introdução do animal aconteça quando a criança já tem maturidade para compreender os cuidados, geralmente a partir dos cinco ou seis anos, e que interações anteriores a essa idade sejam sempre supervisionadas. “Crianças menores de quatro anos têm maior risco de acidentes, como mordidas na face, que podem causar lesões graves e cicatrizes permanentes”, alerta o pediatra.
Os cuidados incluem vacinação e vermifugação em dia, higiene das mãos após o contato, supervisão constante e ensino de limites. “Muitos vídeos mostram cães e gatos protegendo crianças, mas não se deve generalizar. Eles são seres instintivos e respondem por impulso. A tendência de humanizar pets precisa ser vista com cautela”, reforça o Dr. Renato.
Ele acrescenta que crianças com alergias ou asma devem ser avaliadas previamente por um pediatra antes de conviver com animais. Mesmo assim, quando observados todos os cuidados, os benefícios superam os riscos. “A convivência entre crianças e animais promove empatia, autocontrole, senso de cuidado e vínculos afetivos duradouros. É uma relação que educa o coração e ensina sobre o respeito à vida desde cedo”, conclui.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo