Economia • 14:41h • 23 de março de 2025
Empreendedores do setor de alimentação seguram preços, apesar do aumento nos custos operacionais
Apesar do aumento nos insumos e custos operacionais, empresários tentam segurar os preços dos cardápios para não afastar clientes, com inflação do setor bem abaixo da média geral
Da Redação | Com informações da Abrasel | Foto: Divulgação

Os bares e restaurantes de todo o Brasil estão enfrentando um cenário desafiador no início de 2025, com o aumento da inflação e dos custos operacionais, mas ainda assim conseguindo segurar os preços para seus clientes. A inflação geral do mês de fevereiro, medida pelo IPCA, registrou uma variação de 1,31%, quase três vezes maior que a inflação no setor de alimentação fora do domicílio, que subiu apenas 0,47%. Esse esforço reflete a estratégia do setor em não repassar os custos inteiramente para o consumidor, tentando manter os preços acessíveis.
De acordo com os dados, os alimentos e bebidas, principais insumos dos bares e restaurantes, tiveram uma alta de 0,70%, enquanto a alimentação no domicílio teve um aumento de 0,79%. No acumulado de 12 meses, os preços de alimentos e bebidas tiveram um aumento de 7%, enquanto a inflação no setor de bares e restaurantes ficou um pouco abaixo, com 6,72%.
Mudança no consumo: lanche ganha espaço sobre refeições completas
Um dado interessante é o aumento mais expressivo no preço dos lanches em comparação às refeições completas. Os preços dos lanches subiram 0,66%, enquanto as refeições completas tiveram um aumento de apenas 0,29%. Esse comportamento sugere uma mudança nas preferências dos consumidores, que estão optando por lanches mais rápidos e baratos, uma tendência que está permitindo aos empresários ajustar os preços sem comprometer tanto as margens de lucro.
Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, afirmou que os bares e restaurantes continuam a fazer um grande esforço para segurar os preços, mesmo com o aumento nos custos operacionais. "O setor segue com reajustes abaixo da média, o que impacta diretamente as margens de lucro. Mesmo assim, os empresários estão buscando alternativas para manter os clientes e garantir a sustentabilidade dos negócios", destacou.
Custo do café e da energia elétrica pressionam ainda mais os empresários
Um dos exemplos mais claros desse esforço no setor é o café servido nos estabelecimentos. Apesar da alta de 10,77% no preço do café moído em fevereiro, o café servido nos bares e restaurantes subiu apenas 0,47%. Isso mostra como o setor tem tentado equilibrar os custos sem transferir todo o aumento para o consumidor.
Outro fator que está pesando nas contas dos bares e restaurantes é o aumento de 16,80% na energia elétrica, encarecendo ainda mais a operação. Esse impacto, somado aos custos com os insumos e com a mão de obra, exige que os empresários busquem novas formas de equilibrar suas finanças sem perder a competitividade. Em 2024, o salário médio registrado no setor foi de R$ 2.190, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior, o que é um avanço importante para os trabalhadores, mas também uma pressão adicional para os donos de estabelecimentos.
"Além da energia elétrica e dos insumos, o custo da mão de obra também tem um impacto significativo. Embora o aumento salarial seja uma conquista para os trabalhadores, ele exige ainda mais sacrifícios dos empresários para manter o equilíbrio financeiro", completou Solmucci.
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