Responsabilidade Social • 14:01h • 07 de dezembro de 2025
Eliminação dos combustíveis fósseis é questão de tempo, afirma coordenadora científica da COP-30
Cientista Thelma Krug destaca avanços da conferência do clima durante palestra no Congresso de Iniciação Científica da Unesp
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Unesp | Foto: Divulgação
Dias após participar das negociações multilaterais da COP-30 em Belém, a cientista Thelma Krug afirmou que a eliminação dos combustíveis fósseis é uma tendência inevitável e dependente da expansão de oportunidades para energias renováveis nos países em desenvolvimento. A declaração foi feita durante o Congresso de Iniciação Científica da Unesp, realizado entre 25 e 27 de novembro em Águas de Lindoia, onde a pesquisadora apresentou uma análise dos debates climáticos globais a uma plateia formada majoritariamente por estudantes de graduação.
Thelma Krug, que integrou a vice-presidência do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas por oito anos e coordenou cientificamente a COP-30, destacou que avanços relevantes foram obtidos na conferência. Ela avaliou que a ausência de um mapa definitivo para eliminação dos combustíveis fósseis decorre mais do tempo necessário para adaptação global do que de falta de intenção política, ressaltando que a demanda tende a cair conforme tecnologias limpas ganham escala. Em sua avaliação, o processo já está em curso, com países desenvolvidos migrando de combustíveis fósseis para fontes como energia nuclear e gás natural, que apresentam menor intensidade de emissões.
Ao longo de sua apresentação, a cientista expôs dados que permitiram ao público compreender os cenários de aquecimento global, seus impactos e a necessidade de estratégias integradas de mitigação e adaptação. Ela reforçou que o ritmo de transição energética varia entre as nações, mas que a pressão climática e econômica impulsiona mudanças cada vez mais rápidas. Para Thelma, o papel das universidades e da formação científica é crucial nesse processo, especialmente diante do que chamou de “sementes de otimismo” lançadas pela COP.
O congresso da Unesp reuniu 460 participantes, incluindo 350 estudantes de graduação da própria universidade e de instituições convidadas, com destaque para Unicamp, UEA, Mackenzie, UFMG e UFSCar. Os trabalhos apresentados foram selecionados pelas Comissões Permanentes de Pesquisa dos 24 câmpus da Unesp e por núcleos de divulgação científica. O evento trouxe ainda debates sobre saúde mental no ensino superior, inteligência artificial na pesquisa, desinformação, comunicação científica e guerras culturais, com participação de pesquisadores como Lauro Miranda Demenech, Fernando Santos Osório, Paolo Demuru, Pablo Ortellado e Atila Iamarino. A abertura foi conduzida pelo sociólogo Jessé Souza.
Para o pró-reitor de pesquisa da Unesp, Edson Cocchieri Botelho, os estudantes representam uma nova geração com visão ampliada sobre o papel da ciência e da universidade. Segundo ele, os jovens pesquisadores são fundamentais para comunicar temas de impacto social e fortalecer a missão institucional da Unesp. As palestras e a cerimônia de premiação da 37ª edição do congresso estão disponíveis no canal oficial da universidade no YouTube.
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