Educação • 13:03h • 26 de outubro de 2024
Direitos Humanos firma parceria para fortalecer redes de ensino em prol da educação antirracista
Protocolo de intenções foi assinado com a Fundação Roberto Marinho para realização do projeto “A Cor da Cultura”, que envolve formação de gestores e educadores, elaboração e distribuição de kit pedagógico
Da Redação com informações do Ministério dos Direitos Humanos | Foto: Divulgação
Uma iniciativa que busca promover articulação e mobilização com as redes de ensino e educadores sociais para uma educação antirracista. Este é o objetivo do projeto “A Cor da Cultura”, que passa a contar com a parceria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). A pasta assinou um protocolo de intenções com a Fundação Roberto Marinho para realizar ações que incluem formação de gestores; educadores das redes de ensino e educadores sociais; assim como a atualização de kit pedagógico – com cadernos pedagógicos, curadoria de acervo audiovisual e outros suportes; bem como mobilização de redes.
O intuito da parceria é colaborar para o fortalecimento de redes de ensino, movimentos e organizações atuantes na promoção da preservação e da valorização da memória e do patrimônio cultural e histórico afro-brasileiro e indígena, incluindo a história da escravidão e do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas, por meio da distribuição de materiais, da mobilização de redes e visibilidade de agendas de educação antirracista promovida pelas instituições parceiras.
Segundo Fernanda Thomaz, que chefia a Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET), setor do Ministério responsável pelo projeto, a iniciativa lida com uma perspectiva importante sobre o tema. “É um projeto muito valioso para o MDHC, e para a CGMET especificamente, porque é importante entendermos a história negra, as experiências da população negra ao longo do tempo”, analisa. “Sobretudo, a partir de uma luta antirracista, de pensar a memória como um caminho para alcançar alguma justiça social”, completa.
A gestora lembra que grande parte das ações da CGMET estão relacionadas com o processo educativo e, por isso, é interessante a realização de ações conjuntas para alcançar, por meio da educação, pessoas que estão em processo de formação. “É fundamental atingir um imaginário social para pensarmos, coletivamente, enquanto nação, em formas de luta e de atuação para atingirmos uma sociedade mais igualitária. Acredito que o processo educativo tem essa capacidade”, avalia.
O protocolo de intenções firmado com a Fundação Roberto Marinho e outras instituições de destaque, no entendimento de Fernanda Thomaz, fortalece o impacto do projeto. “A implementação do A Cor da Cultura reafirma o compromisso do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania com a promoção da equidade racial e da inclusão social, sobretudo valorizando a memória da população afrodescendente no Brasil e debatendo formas de reparação sobre o passado escravagista do país”, classifica a chefe da CGMET.
A Cor da Cultura
O projeto A Cor da Cultura é uma resposta a legislação que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas (Leis 10.639/2003 e 11.645/2008). É uma aliança para promoção da educação antirracista, por meio de um conjunto de ações de educação para relações étnico-raciais (ERER), que integra mobilização, comunicação, audiovisual, formação de educadores e materiais educativos.
O programa oferece conteúdos audiovisuais e pedagógicos que são exibidos na TV Futura e utilizados em debates e estudos em instituições parceiras. Seu objetivo principal é mobilizar educadores e gestores para promover uma educação antirracista e para relações étnico-raciais (ERER), com foco no desenvolvimento de materiais de ensino, formações para educadores e atividades de mobilização em escolas públicas e privadas.
Além disso, o projeto oferece kits pedagógicos com cadernos e materiais audiovisuais, cuidadosamente, curados para serem utilizados em sala de aula. Esses recursos auxiliam educadores a abordarem questões raciais de forma didática e envolvente, estimulando o pensamento crítico dos estudantes sobre o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.
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