Saúde • 13:43h • 19 de abril de 2025
Diabetes tipo 5 é oficialmente reconhecido pela Federação Internacional de Diabetes
Nova classificação traz maior clareza sobre a doença, com foco em diagnóstico e tratamento mais precisos
Da Redação | Com informações do CFF | Foto: Arquivo/Âncora1

A Federação Internacional de Diabetes (IDF) fez história ao reconhecer oficialmente o diabetes tipo 5, uma doença rara e ainda pouco compreendida, afetando principalmente adolescentes e jovens adultos magros e desnutridos. A classificação, que antes era conhecida como "diabetes relacionado à desnutrição", é mais comum em países de baixa e média renda e está intimamente ligada à desnutrição calórica e proteica, especialmente durante a fase de formação dos órgãos, o que afeta a capacidade do pâncreas de produzir insulina.
A IDF anunciou, durante o Congresso da entidade, a criação de um grupo de trabalho que será responsável por desenvolver diretrizes terapêuticas e um diagnóstico formal para essa condição nos próximos dois anos. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB) está atenta às atualizações sobre essa nova classificação e aguarda as novas diretrizes internacionais para aprimorar o diagnóstico e o tratamento do diabetes tipo 5 no Brasil.
Embora o diabetes tipo 5 tenha sido descrito há mais de 70 anos, ele foi inicialmente denominado "diabetes tropical" ou "diabetes tipo J" (devido ao primeiro caso ter sido registrado na Jamaica, em 1955). A doença acomete indivíduos jovens, com menos de 30 anos e baixo peso, com IMC abaixo de 18,5-19. Devido às suas semelhanças com o diabetes mellitus tipo 1 (DM1), que também afeta jovens, muitas vezes a condição é confundida com a primeira. No entanto, existem diferenças significativas entre eles.
Diabetes tipo 5 afeta pessoas com baixo peso e dificuldade na produção de insulina principalmente
O DM1 é uma doença autoimune, onde o sistema imunológico destrói as células-beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Por outro lado, o diabetes tipo 5 é causado por desnutrição calórica-proteica significativa na infância, que resulta em uma produção insuficiente de insulina. No diabetes tipo 5, a quantidade de insulina é maior do que no DM1, mas ainda insuficiente para controlar adequadamente os níveis de açúcar no sangue, e os pacientes não sofrem de cetoacidose, uma complicação grave que é comum no DM1.
Em comparação ao diabetes tipo 2, que está intimamente ligado à obesidade e resistência à insulina, o diabetes tipo 5 é o oposto: ele afeta pessoas com baixo peso e com dificuldade na produção de insulina, e geralmente aparece em jovens, muito antes dos 35 anos.
A SDB destaca que, no Brasil, ainda não existem dados de prevalência do diabetes tipo 5, mas a nova classificação traz um avanço importante para o diagnóstico precoce e tratamento adequado da condição. O tratamento envolve mais do que apenas a insulina; ele requer também um aporte adequado de calorias, proteínas e micronutrientes, com foco na nutrição como parte fundamental do controle da doença.
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