Cultura e Entretenimento • 14:03h • 26 de abril de 2025
Dia Mundial do Livro celebra o poder da leitura na transformação social
Data é uma oportunidade para reafirmar o papel da leitura na construção de uma sociedade mais justa, plural e informada e foi instituída pela UNESCO para incentivar o hábito da leitura e refletir sobre sua importância cultural e social
Da Redação com informações de Agência Gov | Foto: Foto: Gabriela Matos/MDHC

Na última terça-feira (23), Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, o Rio de Janeiro se tornou a primeira cidade brasileira a receber o título de Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco. Com o lema "O Rio de Janeiro continua lendo", a cidade assume o compromisso de promover atividades culturais voltadas à leitura, valorização de autores e inclusão de públicos diversos.
A data, criada em 1995 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, também reforça a importância da proteção aos direitos autorais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos garante, no artigo 27, a participação de todos na vida cultural e assegura a proteção moral e material de obras científicas, literárias e artísticas.
No Brasil, a Lei nº 9.610/1998 regula os direitos autorais, garantindo ao autor o uso exclusivo de sua obra, ao mesmo tempo em que promove o acesso democrático à produção intelectual. Para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), os livros são instrumentos de transformação social, preservação da memória e promoção da dignidade humana.
Biblioteca como resistência
Em Brasília, a Biblioteca do MDHC é exemplo de resistência e compromisso com a memória institucional. Criada a partir de um acervo da antiga Secretaria de Igualdade Racial, ela foi estruturada graças ao empenho da bibliotecária Márcia Rocha de Aguiar. “Fui atrás de sistemas, visitei bibliotecas públicas e contei com apoio do Ibict para organizar o acervo”, relata.
Hoje, a biblioteca reúne publicações técnicas, resoluções, livros sobre direitos humanos, gênero e diversidade. Também mantém uma versão digital com catalogação, ISBN e envio à Biblioteca Nacional. Além disso, promove o intercâmbio com bibliotecas de outros ministérios.
Márcia lembra que a memória é um tema transversal no MDHC e fundamental para garantir que fatos históricos – da ditadura militar à escravidão e às lutas contemporâneas – não sejam esquecidos. “A biblioteca é espaço de acolhimento e resistência. Precisamos desses registros para evitar que erros do passado se repitam”, afirma.
Ameaças e resistência
Durante a gestão federal anterior, Márcia enfrentou tentativas de fechamento da biblioteca, incluindo no momento em que organizava publicações sobre memória e verdade. Algumas obras estavam esquecidas em caixas e ameaçadas de descarte. “Salvei livros mofando, fiz doações a outras bibliotecas e até levei exemplares para casa para protegê-los”, conta.
Para ela, preservar o conhecimento é uma forma de garantir direitos humanos. “A memória não é só o passado, ela é o presente também”, afirma. Além de resgatar documentos antigos, Márcia busca catalogar tudo o que está sendo produzido atualmente no ministério.
Leitura como portal
Márcia credita ao livro um papel central em sua trajetória. “Quando li Capitães da Areia, fui transportada para um Brasil que eu ainda não conhecia”, lembra. Para ela, os livros são janelas, espelhos e ferramentas de transformação. No entanto, em meio à avalanche de informações nas redes, ela aponta um desafio: “Temos o mundo na palma da mão, mas não acessamos o que realmente importa.”
Apesar disso, acredita que sempre haverá espaço para a leitura. “Desde que haja incentivo e educação para formar leitores críticos”, ressalta.
A escritora e jornalista paraibana Waleska Barbosa reforça essa ideia. Idealizadora do coletivo Julho das Pretas que Escrevem, ela defende o acesso à leitura como direito essencial. “Escrever e ler são formas potentes de autoconhecimento e transformação do entorno”, diz.
Compromisso com o livro
Neste 23 de abril, o MDHC reafirma seu compromisso com o acesso à leitura e à memória histórica. A data homenageia profissionais como Márcia Rocha, cuja dedicação mostra que livros não são apenas fonte de conhecimento, mas ferramentas de luta por cidadania e dignidade.
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