Responsabilidade Social • 07:42h • 30 de setembro de 2025
Dia Internacional da Tradução expõe falha na acessibilidade linguística no Brasil
Especialista aponta que ausência de tradução simultânea e intérpretes ainda limita a inclusão em eventos corporativos e internacionais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Mention | Foto: Divulgação

O Dia Internacional da Tradução, celebrado nesta terça-feira, 30 de setembro, chama atenção para um ponto muitas vezes negligenciado no Brasil: a acessibilidade linguística. Em um cenário globalizado, em que conexões e negócios são formados em segundos, a falta de tradução simultânea, intérpretes qualificados e recursos como closed caption afasta estrangeiros e pessoas com deficiência auditiva, gerando perda de oportunidades de networking, de atração de investimentos e de fortalecimento da imagem internacional das empresas.
Segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE), o setor movimenta bilhões de reais por ano, mas a maioria dos organizadores ainda não investe em serviços estruturados de tradução. Conferências de grande porte, como o Rio2C, já revelam a demanda crescente, mas a maior parte dos eventos nacionais segue sem planejamento multilíngue que contemple idiomas estrangeiros e Libras. Enquanto a acessibilidade física já se consolidou como pauta obrigatória, a linguística permanece fora do radar.
Em países como Austrália e membros da União Europeia, a tradução simultânea faz parte da infraestrutura básica de qualquer conferência, independentemente do porte. Dados da União Europeia mostram que eventos multilíngues registram até 30% mais participação internacional e ampliam significativamente o volume de negócios.
No Brasil, a falta de intérpretes capacitados e de planejamento prévio ainda impede avanços, mas novas tecnologias estão tornando o processo mais acessível. Plataformas de tradução remota reduzem custos em até 60%, eliminando a necessidade de cabines físicas e permitindo operação online, o que viabiliza inclusive eventos de médio porte.
“A acessibilidade linguística vai muito além de traduzir palavras. Trata-se de compreender contextos culturais, adaptar termos técnicos e democratizar o acesso à informação. Sem isso, perdemos diversidade de participação e limitamos o potencial de negócios em um mercado globalizado”, afirma Eduardo Barbato, especialista em tecnologia aplicada à comunicação e inclusão digital e CEO da Tontongue.
Para Barbato, o Brasil só será competitivo de forma plena quando incluir a acessibilidade linguística como parte essencial do planejamento de qualquer evento. “A inclusão verdadeira começa quando todos podem ouvir, entender e participar, independentemente da língua que falam.”
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