Educação • 13:05h • 12 de dezembro de 2025
Dia do Orientador Educacional: profissão gera escolas mais acolhedoras
Orientadoras buscam valorização e mais espaço de atuação
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1
Na quinta-feira, 4 de dezembro, foi celebrado o Dia do Orientador Educacional, profissão dedicada ao aconselhamento dos estudantes, seja sobre futuro, metas ou organização cotidiana, e ao apoio na gestão do ambiente escolar, mediando conflitos e promovendo acolhimento.
Predominantemente feminina, com 78% de mulheres entre os cerca de 81 mil profissionais segundo o Caged, a área ganha força em meio à expansão do ensino integral e de metodologias que valorizam a saúde mental e o desenvolvimento socioemocional dos alunos.
O orientador pode atuar junto ao corpo docente e a outros especialistas, como coordenadores pedagógicos, ou diretamente com estudantes e familiares, sobretudo nas disciplinas voltadas ao planejamento e ao desenvolvimento pessoal, como os chamados “Projetos de Vida”.
“A orientação educacional evoluiu com a necessidade de acompanhar crianças e jovens em seu desenvolvimento integral. A educação mudou e hoje a escola é fundamental para promover autoconhecimento e habilidades emocionais”, afirmou à Agência Brasil Ana Claudia Favano, psicóloga, pedagoga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, em Barueri (SP). “Não estamos mais na época em que o foco era apenas disciplina ou dificuldades emocionais ligadas ao aprendizado cognitivo”, completou.
Ela destaca que o centro da educação hoje é o estudante, não apenas o conteúdo, e que a maturidade emocional está diretamente ligada à qualidade da aprendizagem. Em sua visão, o orientador educacional atua como “promotor de uma cultura de bem-estar”.
O acolhimento é outro ponto essencial da profissão, especialmente diante da crescente atenção ao enfrentamento do bullying. “Minha vivência como orientadora revelou o poder transformador do olhar atento, da escuta afetiva e do cuidado genuíno. Esses gestos, embora simples, têm impacto profundo na trajetória de estudantes que encontraram em mim um ponto seguro de apoio”, disse Ísis Galindo, orientadora da Escola Bilíngue Aubrick, em São Paulo.
Para ela, o orientador funciona como mediador sensível entre alunos, professores, famílias e profissionais externos, como psicólogos e psicopedagogos, formando uma rede de apoio que sustenta o desenvolvimento global de crianças e adolescentes com estratégias personalizadas.
Isis considera que escolas sem esse trabalho especializado perdem a oportunidade de compreender com profundidade o que seus estudantes vivem, sentem e precisam, deixando de ocupar um espaço essencial de diálogo, mediação e cuidado.
Outro papel importante é o apoio na superação de dificuldades de aprendizagem. Essa foi a porta de entrada do professor de matemática Carlos Augusto Lima na orientação educacional. Buscando compreender melhor os obstáculos enfrentados pelos alunos, ele encontrou na psicopedagogia e na psicologia da educação ferramentas para lidar com esses desafios. A profissão, existente no país desde os anos 1960, vem se atualizando com bases integradas a diversas áreas do conhecimento.
“Também faz parte do orientador colaborar com professores e a equipe escolar para identificar e lidar com desafios de aprendizagem, e trabalhar junto aos pais oferecendo informações sobre o desenvolvimento acadêmico e comportamental”, explicou Lima, que hoje atua na Brazilian International School, em São Paulo.
Segundo ele, o maior desafio atual é lidar com a saúde emocional dos alunos e compreender seus processos de aprendizagem. “Muita coisa que o aluno traz para a sala de aula fica escondida e passa despercebida pelo professor nos 45 ou 50 minutos de aula”, afirmou.
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