• Conheça os principais tipos de grãos de café cultivados no Brasil
  • Outubro Rosa: Ministério da Saúde lança campanha e reforça autocuidado
  • Candidata Telma Spera apresenta números de intenção de votos, mas falta relatório completo
  • Feriados e pontos facultativos: o que esperar em Outubro
  • Karol Tedesque denuncia qualidade da água em parques de Assis
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 08:38h • 05 de junho de 2024

Dia do Meio Ambiente destaca ações de enfrentamento à desertificação

Segundo a ONU, degradação do solo já afeta metade da população mundial

Agência Brasil | Foto: Divulgação

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), bilhões de hectares de terra estão degradados em todo o planeta
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), bilhões de hectares de terra estão degradados em todo o planeta

Há mais de 40 anos, o ambientalista Nereu Rios dedica sua vida em tempo integral a coletar sementes por onde passa, gerar mudas e, finalmente, contemplar as árvores que fornecerão mais matéria-prima para que o ciclo recomece. Mas nos últimos anos, essa rotina tem mudado desde que o pesquisador de campo percebeu que multiplicar algumas espécies começou a ficar mais difícil.

“No Mato Grosso do Sul, há uns dez anos tenho coletado amostras de pau-ferro [Libidibia ferrea] que dá a vagem, mas não dá a semente”, diz. Nascido em Dourados (MS) e atualmente vivendo em Campo Grande (MS), Nereu se divide entre as mudas do viveiro em que trabalha e os caminhos que percorre por todo o Cerrado para acompanhar de perto a diversidade fruto de seu trabalho. Junto com a mudança das plantas, ele também percebe a mudança no cenário.

“Passando por Olhos D´Água, próximo de Alexânia (GO), eu estava mostrando para o meu filho uns ipês-roxos [Handroanthus impetiginosus] que a gente coletava há uns oito anos e que agora eles estão morrendo, porque virou monocultura margeando a estrada e quando eles pulverizam o milharal sai matando tudo”, destaca.

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), André Andrade, explica que para produzir semente, a planta precisa de muita energia, que adquire pela fotossíntese e exige muita água e luz solar, mas com a mudança climática, o ciclo natural sofre um distúrbio. “O que acontece com a mudança climática é que quando a gente tem períodos de estiagem muito grande, combinado com um ano de El Niño, como no final de 2023, tem muito sol, mas falta água, então, a planta para a fotossíntese que precisa, senão ela morre rápido, e como isso não consegue produzir a energia para gerar sementes”, explica.

A advertência também foi reforçada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que trouxe como tema para este 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o enfrentamento à desertificação e o desenvolvimento da resiliência à seca, alinhados com a declarada Década da Restauração de Ecossistemas. No centro da campanha está a frase: “Não podemos retroceder no tempo, mas podemos restaurar florestas, restabelecer os recursos hídricos e trazer o solo de volta. Nós somos a geração que pode fazer as pazes com a terra”.

Desertificação

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), bilhões de hectares de terra estão degradados em todo o planeta, o que causa desertificação e mais seca. A organização alerta ainda que isso já afeta metade da população mundial, especialmente comunidades rurais e pequenos agricultores, o que põe em risco metade do Produto Interno Bruto (PIB) global e pode gerar insegurança alimentar em todo o planeta.

Andrade explica que a restauração de ecossistemas é tão importante porque tem se mostrado a solução mais rápida e efetiva para equilibrar tanto o ciclo da água, quanto o ciclo do carbono e evitar que o planeta aqueça ainda mais e que piorem as consequências, como secas e chuvas extremas.

“A restauração de grandes áreas é uma estratégia que a gente consegue fazer agora, em 20, 30 anos é possível investir pesado nisso, para que no futuro a gente alcance a transição de energia, porque existe um limite para o carbono que as florestas conseguem armazenar, existe um limite que a gente vai conseguir segurar essas mudanças a partir da vegetação nativa”, conclui.

Missão de vida

Nereu Rios conhece o Cerrado desde jovem, se criou no campo em uma família de moveleiros e nas proximidades do então chamado arco do desmatamento, mas o convívio com a terra o fez admirar mais uma bela árvore florida do que a madeira tombada. E nessa “missão de vida”, como ele mesmo diz, aprendeu na prática que as escolhas de cada pessoa afetam o clima, a vegetação e até os insetos, que em um ambiente desequilibrado viram pragas.

“Sei que tem o bicho que come a seiva na vagem do pau-ferro e não deixa a semente se desenvolver, mas não é só ele o problema. O angelim-amargo [Andira anthelmia] faz uns quatro anos que eu não consigo coletar e tinha muito, assim como a guavira [Campomanesia adamantium], ano passado deu pouca. As coisas que produziam todos os anos, agora produzem ano sim, ano não, às vezes ficam dois três anos sem produzir”, explica.


Últimas Notícias

Descrição da imagem

Economia • 17:38h • 02 de outubro de 2024

Identificar público-alvo é o principal desafio em campanhas de marketing

Estudo da Serasa Experian aponta dificuldades enfrentadas por empresas na segmentação e ativação de audiências

Descrição da imagem

Variedades • 17:03h • 02 de outubro de 2024

Conheça os principais tipos de grãos de café cultivados no Brasil

Arábica e Conilon, também conhecido como robusta, são as duas principais espécies

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:48h • 02 de outubro de 2024

SP aposta em destinos turísticos inclusivos para atrair viajantes idosos

Setur-SP divulga o guia “Turismo da Maturidade no Estado de São Paulo” com 70 destinos paulistas inclusivos vendidos por 60 agências e operadoras de viagem de SP

Descrição da imagem

Educação • 16:16h • 02 de outubro de 2024

Seminário em dezembro apresentará resultados do programa de ensino integral

Pesquisa do MEC entre gestores, professores e alunos irá indicar os principais resultados do programa iniciado em 2016

Descrição da imagem

Saúde • 15:34h • 02 de outubro de 2024

Outubro Rosa: Ministério da Saúde lança campanha e reforça autocuidado

Câncer de mama e câncer do colo do útero tem prevenção, diagnóstico e tratamento disponíveis no SUS. Campanha começa a ser veiculada em todo o país

Descrição da imagem

Economia • 15:00h • 02 de outubro de 2024

Governo quer evitar assédio publicitário das bets, diz Haddad

Ministro diz que medidas serão adotadas para proteger as famílias

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 14:33h • 02 de outubro de 2024

Primeiros animais vítimas de incêndios florestais começam a voltar à natureza

Tamanduá-mirim ganhou a liberdade depois de um mês de recuperação; na próxima semana há a expectativa de soltura de um macaco-prego e uma paca

Descrição da imagem

Política • 14:25h • 02 de outubro de 2024

Candidata Telma Spera apresenta números de intenção de votos, mas falta relatório completo

Pesquisa eleitoral em Assis levanta curiosidade sobre divulgação de resultados