Cidades • 13:01h • 17 de agosto de 2025
Desemprego juvenil atinge 18% no Brasil e desafia empresas a criarem oportunidades reais
Especialistas apontam que o setor privado precisa ir além dos programas tradicionais e garantir inclusão produtiva com impacto social
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

Os jovens brasileiros enfrentam barreiras expressivas para entrar no mercado de trabalho. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2025, 17,8% das pessoas de 18 a 24 anos estavam desempregadas e 25% seguiam fora da força de trabalho. A taxa é mais que o dobro da registrada entre adultos de 25 a 54 anos, que ficou em 7,1%, de acordo com levantamento do FGV Ibre e da consultoria IDados. Apesar disso, houve uma pequena melhora: o número de jovens “nem-nem” que não estudam nem trabalham caiu de 24,1% em 2022 para 21,9% em 2024, com redução mais expressiva entre pretos e pardos.
Por que incluir jovens é estratégico
A inclusão produtiva dessa faixa etária é essencial para o desenvolvimento econômico e para a renovação do ambiente corporativo. Jovens trazem domínio tecnológico, diversidade de pensamento e energia criativa. Para as empresas, investir nesse público significa construir equipes mais resilientes e adaptáveis às mudanças do mercado.
Um exemplo é o Programa Garra, criado pela Bravo em parceria com o Instituto PROA. A iniciativa combina formação técnica, desenvolvimento socioemocional e contratação formal. Desde o lançamento, já foram formados e contratados 100 jovens com carteira assinada, substituindo vagas de estágio por empregos efetivos. “Formar desde a base, com qualidade técnica e preparo comportamental, dá ao jovem estabilidade e confiança para avançar nos estudos e na carreira”, afirma Marcos Gimenez, CEO da Bravo.
Diversidade e impacto social
O Garra também promove equidade: 70% dos contratados são mulheres, muitas delas negras e de regiões periféricas. Na Bravo, 65% do quadro é feminino, e 70% dessas mulheres ocupam cargos de liderança. “Aprendi a ser mais confiante, a me comunicar melhor e a lidar com pressão. Ganhei ferramentas que uso tanto na vida pessoal quanto no trabalho”, conta Laryssa Pereira de Jesus, 21 anos, auxiliar de marketing da empresa.
Emprego formal como motor de transformação
Em um país onde 40% dos jovens trabalham na informalidade, programas que garantem contratação CLT são destaque. O Garra assegura 100% de formalização, com direitos trabalhistas, férias, 13º salário e benefícios. “Transformação social real exige mais do que discurso. Cabe ao setor privado ser ponte para o futuro”, defende Gimenez.
Como as empresas podem ampliar a inclusão
- Valorizar potencial e capacidade de aprendizado, e não apenas experiência prévia.
- Investir em formação interna por meio de academias corporativas e mentorias.
- Criar ambiente inclusivo, com escuta ativa e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Firmar parcerias com instituições de ensino para conectar talentos em formação.
- Comunicar propósito e impacto social de forma clara.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Ciência e Tecnologia
Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025
Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital