Política • 08:59h • 20 de setembro de 2025
Crise diplomática: EUA restringem visto e impedem ministro brasileiro de falar na ONU
Alexandre Padilha foi impedido de integrar a comitiva brasileira após restrições impostas pelos Estados Unidos ao seu visto; governo brasileiro denuncia violação de acordos internacionais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência Brasil | Foto: José Cruz

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não fará parte da comitiva brasileira que viaja aos Estados Unidos na próxima semana para a 80ª Assembleia Geral da ONU. A decisão foi tomada após restrições impostas pelo governo norte-americano ao visto do ministro, que o impediram de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Segundo comunicado oficial, o visto concedido a Padilha limitava seus deslocamentos apenas entre o hotel e a sede da ONU, além de instalações médicas em caso de emergência. O Ministério da Saúde classificou a medida como arbitrária e uma violação ao Acordo de Sede da ONU, que assegura o direito dos países de representarem suas propostas nos fóruns internacionais.
O governo brasileiro afirmou que a decisão não é uma retaliação pessoal, mas reflete o embate político entre o Brasil e os retrocessos na saúde pública enfrentados nos Estados Unidos. “Não se trata de uma medida contra o ministro, mas contra o que o Brasil representa na defesa da ciência, das vacinas e da vida”, destacou a pasta.
Padilha vetado em Nova York: governo dos EUA acusa Brasil e bloqueia presença do ministro da Saúde
Padilha permanecerá no Brasil, dedicado à votação da medida provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional, enquanto a delegação brasileira segue com articulações em Nova York e Washington. De acordo com a pasta, as negociações também serão reforçadas em outros fóruns internacionais, como a COP30 e reuniões do Mercosul e BRICS.
A crise diplomática se intensificou após os Estados Unidos revogarem, em agosto, os vistos da esposa e da filha do ministro, além de servidores ligados ao Mais Médicos. Na ocasião, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, alegou que os profissionais brasileiros teriam participado de um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.
A medida aprofunda o mal-estar entre os dois países e levanta questionamentos sobre o impacto das tensões políticas nas relações multilaterais de saúde, justamente em um momento em que o Brasil busca ampliar sua liderança internacional na defesa da ciência e no combate ao negacionismo.
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