Responsabilidade Social • 20:36h • 24 de outubro de 2025
Crianças não são adultos em construção: a importância de olhar para seus sentimentos desde cedo
Psiquiatra defende que reconhecer e acolher o sofrimento infantil é essencial para prevenir transtornos na vida adulta
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência Viva | Foto: Arquivo/Âncora1
Crianças não são apenas adultos em formação com problemas menores. Elas são seres completos, com emoções intensas e complexas, que muitas vezes não conseguem expressar em palavras. Segundo a psiquiatra Bianca Bolonhezi, CEO do Instituto Macabi, é fundamental observar e acolher esses sentimentos desde cedo, pois o sofrimento infantil pode se manifestar de formas sutis e ser facilmente confundido com comportamentos comuns da idade.
“As crianças sofrem de boca fechada, mas com o corpo cheio de expressões. Se não forem observadas com cuidado, essas manifestações podem ser mal interpretadas”, explica Bianca.
Comportamentos como timidez, birra, irritabilidade ou medo podem esconder quadros de ansiedade, depressão ou TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). “A criança com medo de monstros, a retraída após o divórcio dos pais ou a que demonstra hiperatividade e dificuldade para dormir — todas merecem ser enxergadas como inteiras, e não apenas rotuladas pelo comportamento”, acrescenta a especialista.
Dados de transtornos mentais
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade dos transtornos mentais na vida adulta começa antes dos 18 anos, e entre 8% e 15% das crianças e adolescentes sofrem de algum tipo de transtorno mental. Mesmo assim, muitas acabam sendo punidas, repreendidas ou negligenciadas, em vez de receberem apoio emocional adequado.
“Dizer que criança não sofre de transtorno mental beira a negligência. Precisamos escutar, acolher e ajudá-las a nomear seus sentimentos. Isso pode evitar traumas e transformar vidas”, destaca Bianca.
A psiquiatra reforça que o cuidado precoce é uma forma de prevenção. “Se você é pai, mãe, cuidador, professor ou lida com crianças diariamente, observe os sinais. Aquela irritabilidade ou birra pode não ser apenas uma manha. Cuidar cedo não é exagero — é prevenção e acolhimento”, conclui.
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