Educação • 13:37h • 07 de agosto de 2025
Crianças com dislexia melhoram leitura após atividades que unem movimento e cognição
Projeto-piloto de intervenção focado em atividades lúdicas com uso de habilidades motoras e engajamento cognitivo teve resultados promissores na melhora dos movimentos dos olhos e velocidade de leitura
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Projeto Dislé

Um grupo de 11 crianças de 10 a 12 anos com dislexia apresentou melhora na velocidade de leitura após dois meses participando de atividades que combinam desafios motores e cognitivos. As sessões, com foco em práticas recreativas que envolviam movimento e habilidades sociais, mostraram resultados positivos também na autoestima, atenção e interesse pelas aulas. O estudo foi publicado na revista Applied Neuropsychology: Child.
Coordenado pelo professor José Angelo Barela, da Unesp de Rio Claro, em parceria com o Centro Multidisciplinar de Tecnologia Assistiva, o projeto propôs estimular regiões do cérebro ligadas à coordenação motora, equilíbrio e foco. Segundo ele, a dislexia envolve dificuldades não só com leitura e escrita, mas também com habilidades motoras e o controle dos olhos durante a leitura.
“Essas crianças precisam fixar mais tempo o olhar nas palavras para entender o texto. Por isso, a leitura é mais lenta”, explica o pesquisador. As atividades, feitas duas vezes por semana, durante uma hora, parecem ter ajudado a ativar áreas do cérebro que melhoram a atenção e, como consequência, a leitura e o bem-estar geral das crianças.
Apesar da melhora na leitura, não foi observada mudança significativa na agilidade ou coordenação manual, o que pode estar ligado à falta de exercícios específicos para essas habilidades. Mesmo assim, os resultados surpreenderam até professores, que notaram mudanças no comportamento dos alunos em sala de aula.
Com o apoio da prefeitura de Rio Claro, a equipe agora quer ampliar o projeto para mais crianças e por um período mais longo. Isso deve ajudar a entender melhor os efeitos positivos e ajustar o programa de forma ainda mais eficaz. O estudo também reforça a importância do diagnóstico precoce da dislexia, que muitas vezes só é feito depois dos 10 anos, quando a criança já passou da fase ideal para desenvolver a fluência na leitura.
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