Saúde • 15:18h • 04 de abril de 2025
Como o consumo de alimentos ultraprocessados está encurtando a nossa longevidade biológica
Pesquisa revela que dieta rica em produtos ultraprocessados pode fazer a pessoa envelhecer biologicamente mais rápido, aumentando o risco de doenças crônicas e redução da qualidade de vida
Da Redação | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Arquivo/Âncora1

Em um estudo alarmante divulgado na revista Age and Ageing, a Universidade Monash revelou que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados está associado ao envelhecimento biológico mais rápido. De acordo com a pesquisa, para cada aumento de 10% no consumo desses alimentos, a diferença entre a idade cronológica e a idade biológica pode aumentar em até 2,4 meses. Os dados sugerem que, quanto mais alta a ingestão de produtos como batatas fritas, refrigerantes, macarrão instantâneo e refeições prontas, maior a aceleração do envelhecimento corporal.
Os alimentos ultraprocessados (UPF), como os conhecidos biscoitos, salsichas, hambúrgueres e até alguns tipos de barras de cereal, são amplamente consumidos em países ocidentais, e seus efeitos sobre a saúde têm sido cada vez mais debatidos. Eles são frequentemente ricos em aditivos químicos, açúcares e gorduras trans, elementos prejudiciais à saúde e diretamente ligados ao aumento do risco de doenças como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. No entanto, o estudo revela que os danos causados por esses alimentos vão além, acelerando o envelhecimento celular, o que pode levar a uma vida mais curta e com menor qualidade.
O estudo foi realizado com a participação de 16.055 indivíduos dos Estados Unidos, cujos padrões de saúde e estilo de vida são representativos dos de outros países ocidentais, incluindo a Austrália. A pesquisa demonstrou que, quanto maior a ingestão de UPFs, maior o impacto no envelhecimento biológico, independentemente de outros fatores como dieta balanceada e atividade física. Os resultados mostraram que os participantes que consumiam 68% ou mais de sua dieta composta por alimentos ultraprocessados eram biologicamente mais velhos em média 0,86 anos do que aqueles com menor ingestão de UPFs.
O impacto na saúde das mulheres e crianças
O estudo também destacou uma disparidade importante entre homens e mulheres no consumo de UPFs, com as mulheres consumindo mais desses produtos e apresentando um envelhecimento biológico mais acelerado. Além disso, os dados sugerem que o impacto do consumo de UPFs pode ser ainda mais grave para crianças e adolescentes, cujas idades biológicas podem ser significativamente influenciadas por uma dieta ultraprocessada.
Os efeitos negativos não param por aí. A pesquisa reforça que a dieta rica em UPFs está ligada ao aumento do risco de morte precoce e ao desenvolvimento de doenças crônicas, com uma estimativa de quase 2% de aumento no risco de mortalidade a cada aumento de 10% no consumo desses alimentos. Isso coloca em evidência a necessidade urgente de mudanças nos hábitos alimentares e de uma maior conscientização sobre os riscos de consumir alimentos industrializados em excesso.
Prevenção e alternativas saudáveis
Barbara Cardoso, uma das autoras do estudo e especialista em nutrição na Universidade Monash, reforça que os resultados sublinham a importância de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados para retardar o envelhecimento biológico e promover uma vida mais saudável. Cardoso recomenda uma alimentação baseada em alimentos não processados ou minimamente processados, como frutas, vegetais frescos, legumes, grãos integrais e proteínas magras, como parte de um estilo de vida saudável.
A pesquisa também sugere que, ao adotar uma dieta balanceada e nutritiva, é possível reduzir os efeitos do envelhecimento biológico, contribuindo para uma maior longevidade com mais saúde e qualidade de vida. Estratégias de saúde pública devem ser focadas em educar a população sobre a importância da alimentação saudável e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados.
Um alerta para o futuro
Este estudo é um alerta importante para a sociedade, mostrando como a alimentação desempenha um papel fundamental no processo de envelhecimento e na prevenção de doenças. A conscientização sobre os malefícios dos alimentos ultraprocessados é essencial, especialmente quando se trata de políticas públicas de saúde e de hábitos alimentares. Mudar o padrão de consumo de alimentos industrializados pode ser a chave para uma vida mais longa e saudável, evitando o envelhecimento precoce e suas consequências devastadoras à saúde.
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